Por Peter Murphy
JARDIN, Colômbia (Reuters) - A Colômbia comemora a maior safra de café dos últimos oito anos, depois de superar uma doença epidêmica nas plantações, mas produtores estão se deparando com uma questão potencialmente ainda mais séria: a falta de trabalhadores para a colheita.
Algumas regiões estão apelando para anúncios em alto-falantes até em rodoviárias para encontrar candidatos para a árdua tarefa de realizar a coleta de grãos de café, mas a pouca resposta significa que mais e mais produtores estão deixando parte de sua produção nos cafezais.
A falta de mão-de-obra é um efeito colateral do crescimento econômico que reduziu o desemprego a mínimas históricas. Especialistas dizem que será difícil para o maior produtor global de café arábica de alta qualidade aumentar sua safra acima de 13 milhões de sacas de 60 kg, o que pode eventualmente elevar os preços do café colombiano.
"Há conversas de que pode-se alcançar 15 ou até 18 milhões de sacas, mas a grande questão é quem irá colher. Eu acredito que estamos alcançando um teto", disse o diretor da divisão da Federação Nacional dos Produtores de Café na região de Caldas, Marcelo Salazar.
Na Colômbia, um dos fatores que afugenta trabalhadores, além da exposição ao tempo e do desafio físico de trabalhar em terreno inclinado, é a informalidade. Os fazendeiros dizem que não conseguem pagar por aposentadoria e outros benefícios trabalhistas.
A Colômbia tem cerca de 600 mil trabalhadores de colheita. A federação dos cafeicultores estima que as principais regiões precisam de 20 a 40 por cento mais trabalhadores para garantir a qualidade da safra, com os frutos sendo colhidos no momento certo de maturação.
(Por Peter Murphy)