Investing.com - Os produtores de café arábica têm recebido bem as chuvas que já garantiram boas floradas nos cafezais nas últimas semanas, anunciando uma safra mais normalizada para o próximo ano. Esse início da temporada traz mais alívio aos produtores, após um ano de quebra de safra por causa da seca e da irregularidade das chuvas no último ano.
Ainda é cedo, segundo especialistas, para garantir a qualidade do café no período da colheita no próximo ano. Os produtores seguem esperando mais chuva para, seguindo as novas floradas, haja um bom desenvolvimento do chumbinho até o grão do café.
“Não é o melhor cenário, mas é uma safra normal. A safra caminha razoavelmente bem”, avalia o pesquisador de café do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, Renato Garcia Ribeiro.
Preços
O indicativo de preços aponta que a safra 2015, cuja fase de colheita foi encerrada em agosto, será mais rentável para o campo. “É um preço razoável para que o produtor faça o tratamento da lavoura, sinal de que a safra pode ser melhor que as anteriores”, disse Ribeiro.
O próximo ano também poderá trazer mais alívio ao campo após a aprovação de orçamento recorde de R$ 4,63 bilhões para as linhas de financiamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). O valor é 12% (R$ 496 milhões) superior ao deste ano. “Esse orçamento recorde dará tranquilidade ao produtor, que não precisará vender sua produção a qualquer preço”, prevê o presidente executivo do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro.
O especialista aponta que, mesmo após a quebra de safra, os produtores estão atendendo ao mercado. “Passaremos março com o menor estoque de história. Não teremos oferta como o comércio está esperando”, disse.
Robusta
O cenário para o café robusta, contudo, não é tão promissor. Com chuvas abaixo da média no Espírito Santo e dificuldades para irrigação, ocorreram, segundo levantamentos do Cepea, apenas duas floradas que não se desenvolveram bem.
Com o clima desfavorável, o preço do robusta se mantém elevado, com diferença de apenas R$ 98,75/saca para o arábica – ambos do tipo 6 – praticamente a metade de igual período do ano passado.
Além do clima, a redução do volume produzido na safra 2015/2016 e as menores exportações do Vietnã – que favoreceram as vendas brasileiras e, por consequência, diminuíram a disponibilidade – fizeram o preço da saca do robusta subir 4,8% em outubro. No mesmo período, o tipo arábica recuou 1%