SÃO PAULO (Reuters) - A EDP Brasil (SA:ENBR3), controlada pelo grupo europeu EDP Energias de Portugal (LS:EDP), não tem preocupações sobre uma possível interferência do governo sobre o setor elétrico, disse nesta segunda-feira o novo presidente da companhia, João Marques da Cruz, ao ser questionado em teleconferência com investidores.
A afirmação do executivo veio após o presidente Jair Bolsonaro ter dito no sábado que o governo "vai meter o dedo na energia elétrica, que é outro problema também", sem detalhar medidas em avaliação para o setor.
"Não somos surdos, por isso ouvimos (rumores sobre interferência). Mas o mais relevante é passar uma mensagem de absoluta tranquilidae", disse Cruz, que assumiu o cargo na sexta-feira, ao ser perguntado sobre as falas de Bolsonaro.
Ele afirmou que a empresa --que atua em geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia-- tem contratos e acredita que estes são "sagrados" e serão cumpridos.
"Tudo que seja ideia ou rumores relativos ao não cumprimento unilateral de contrato... nós, francamente, não acreditamos que isso esteja na ordem do dia. Temos total confiança nas instituições brasileiras de que isso não está na ordem do dia."
O executivo, assim, disse acreditar que esse é um "não-assunto".
Ele acrescentou, no entanto, que a empresa está aberta a "dialogar e encontrar soluções" caso seja do desejo das autoridades, com uma "postura construtiva".
(Por Luciano Costa)