SÃO PAULO (Reuters) - O governo federal concedeu licença para importação das primeiras 2 mil toneladas de milho de fora do Mercosul sem tarifa, dentro da cota total liberada recentemente de 1 milhão de toneladas, mostrou nesta sexta-feira um documento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O governo não informa quais empresas solicitaram as licenças de importação nem a origem do milho, mas divulga periodicamente dados compilados dos pedidos realizados.
A concessão da licença é o primeiro indicativo concreto de que o Brasil, que enfrenta uma forte escassez de milho no mercado interno, está passando a olhar com mais atenção carregamentos fora do eixo Paraguai-Argentina, que vem abastecendo muitas granjas brasileiras nos últimos meses.
O governo brasileiro estabeleceu no início desta semana que cada empresa terá direito inicialmente a uma cota de 100 mil toneladas para importação de milho sem tarifa.
Na semana passada, o governo do Brasil isentou de uma tarifa de 8 por cento as compras de um total de 1 milhão de toneladas de milho, visando aumentar a oferta do cereal em um mercado atingido por preços em patamares recordes.
As 2 mil toneladas de importação sem tarifa representam um volume pequeno ante as necessidades do país. Contudo, é um volume condizente com possíveis aquisições de milho dos Estados Unidos entregues em contêineres que foram oferecidas a granjas do Ceará na semana passada.
Entre janeiro e março, o Brasil importou 137,7 mil toneladas de milho, sendo 57 por cento do Paraguai e 42 por cento da Argentina. Apenas 28 toneladas de milho foram adquiridas dos Estados Unidos no período.
(Por Gustavo Bonato)