Rio de Janeiro, 13 ago (EFE).- O governo lançou nesta segunda-feira uma linha de crédito de R$ 3 bilhões para financiar projetos de inovação e desenvolvimento tecnológico de empresas nacionais do setor do petróleo.
A iniciativa procura fortalecer as empresas que oferecem serviços e produtos para que o país potencialize a indústria nacional do petróleo.
Além de substituir empresas estrangeiras atualmente contratadas pelas petrolíferas, os créditos buscam fortalecer a capacidade das empresas nacionais do setor para desenvolver produtos e serviços inovadores.
O projeto, chamado "Inova Petro", foi lançado hoje no Rio de Janeiro em um ato que contou a participação dos presidentes da Petrobras, Graças Foster; do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Glauco Arbix.
O BNDES e o FINEP dividirão pela metade os recursos destinados ao projeto. O principal beneficiado será a Petrobras, que é obrigada pela lei a adquirir e contratar serviços e produtos com um mínimo de conteúdo nacional.
A Petrobras alega que alguns contratos, principalmente de construção de plataformas de perfuração marinha e outras equipamentos de alta tecnologia, estão atrasados pois as empresas nacionais não têm capacidade para atender todas as exigências.
"Discutimos isso como discutimos estudos de viabilidade técnica e econômica. Hoje nossa meta de conteúdo nacional chega a cerca de 65%. Nas refinarias já está perto de 92% e no setor de gás e energia de 90%", afirmou a presidente da Petrobras.
Coutinho admitiu que os recursos da linha de crédito ainda são insuficientes para atender os desafios da indústria petrolífera brasileira após o descobrimento do pré-sal.
"O Inova Petro é um esforço concentrado para incentivar o desenvolvimento em novos sistemas para tornar viável a produção eficiente no pré-sal", afirmou o presidente do BNDES.
A iniciativa oferece créditos a preços e prazos subsidiados e ao mesmo tempo prevê que em alguns casos o Estado passe a ter participação acionária nas empresas beneficiadas.
O programa está destinado aos projetos de maior risco que tenham por objetivo pesquisa, desenvolvimento tecnológico, engenharia, absorção de tecnologia e produção e comercialização de produtos e serviços inovadores.
A iniciativa terá como prioridade o apoio a projetos nas áreas de plataformas e embarcações, instalações submarinas e poços em águas profundas.
Os beneficiados serão empresas nacionais ou grupos liderados por empresas nacionais que se proponham a desenvolver seus projetos de desenvolvimento tecnológico no Brasil. EFE