O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, disse nesta 5ª feira (21.mai.2024) que o Ministério da Fazenda pode fazer “ajustes pontuais” no Plano Safra. O economista também declarou que a equipe econômica não vê “crise no setor” que justifique mudanças mais profundas no programa do governo que concede linhas de crédito e incentivos aos produtores rurais.
“Não há mudanças estruturais nas políticas do Safra”, declarou em entrevista a jornalistas. O agronegócio tem demonstrado insatisfação e cobra novos recursos para o setor.
Para o Plano Safra 2023/2024, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia reservado R$ 364,22 bilhões. O valor supera a versão 2022/2023, lançada por Jair Bolsonaro (PL), com recursos totais de R$ 340,8 bilhões.
Mello falou sobre o assunto ao comentar a divulgação do Boletim MacroFiscal. O secretário reforçou que o próximo Plano Safra “não altera a perspectiva” da produção atual.
Ele também afirmou que a queda de produtividade no começo do ano está “atrelada a fatores climáticos”. O secretário disse, ainda, que algumas medidas podem ser tomadas dentro do programa para aliviar a situação de produtores que tomaram crédito com preços elevados.
“Tem um custo ali muito alto, mas a rentabilidade reduziu”, declarou. De acordo com ele, há uma discussão de como desenhar uma melhor política para o agronegócio.
Sistema de informações
Guilherme Mello disse que o governo estuda “construir um banco de informações para antecipar problemas de safras específicas”. Seria um sistema de monitoramento e que envolveria ministérios setoriais, como Agricultura e Desenvolvimento Agrário, além da Fazenda.
“É basicamente uma construção coletiva com Conab [Companhia Nacional de Abastecimento], Inmet [Instituto Nacional de Meteorologia]”, declarou. O tema ainda não tem prazo para definição, segundo Mello.