(Reuters) - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, demandou ao Operador Nacional do Sistema (ONS) a elaboração de um plano de contingência que garanta a segurança energética até 2026, após um recuo em reservatórios de hidrelétricas, informou a pasta em nota nesta terça-feira.
A demanda ocorre após o país registrar, nos últimos três meses, o menor volume de chuvas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste dos últimos 94 anos, ressaltou o ministério, que não detalhou itens que poderiam ser incluídos no plano.
Com a piora nos reservatórios devido à seca, a pasta reiterou que a expectativa é um acionamento de 70% a 80% das termelétricas, dentre outras medidas, para garantir segurança energética ao país.
"A seca acima da média que vem castigando diversas regiões do país tem exigido de nós, gestores do setor elétrico, que tomemos medidas urgentes", disse Silveira, durante encontro preliminar com os diretores do ONS na manhã desta terça-feira, em Brasília, às vésperas de reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na última sexta-feira que a bandeira tarifária de setembro será vermelha patamar 2, o que implica na mais alta cobrança adicional na conta de luz, em meio a uma queda no nível dos reservatórios de hidrelétricas neste período seco. O sistema de bandeiras indica aos consumidores os custos da geração de energia no Brasil, que precisa ligar termelétricas mais caras quando o nível dos reservatórios cai.
O ministério reafirmou ainda que realizou consulta pública para realizar os leilões de reserva de capacidade e que a equipe técnica da pasta está consolidando as contribuições recebidas para iniciar os certames.
O ONS estimou na sexta-feira que os reservatórios das usinas hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste devem atingir 48% da capacidade ao final de setembro, o menor nível em três anos para o mês.
Apesar do crescimento da geração solar e eólica no Brasil nos últimos anos, a fonte hidrelétrica ainda responde pela maior parte da capacidade de produção de eletricidade no país.
(Por Marta Nogueira, no Rio de Janeiro)