BRASÍLIA (Reuters) - O Programa de Investimentos em Energia Elétrica anunciado pelo governo federal nesta terça-feira prevê a contratação de investimentos de 186 bilhões de reais em geração e transmissão até 2018, com a maior parte, 105 bilhões, sendo desembolsada após esse prazo.
Em geração, serão contratados no período investimentos de 116 bilhões de reais, representando entre 25 mil megawatts (MW) e 31,5 mil MW em potência, enquanto em transmissão os aportes projetados serão de 70 bilhões de reais, equivalentes a 37,6 mil quilômetros em linhas.
O plano dá grande destaque às fontes renováveis, como eólicas, solares e biomassa, que devem responder por entre 10 mil e 14 mil megawatts (MW) a serem contratados até 2018, mas mantém no radar os projetos de hidrelétricas, principalmente na Amazônia, que deverão representar 11 mil megawatts (MW).
As diretrizes não trazem grandes novidades em relação ao que consta do Plano Decenal de Energia 2023, documento do governo que aponta o planejamento do setor elétrico.
As hidrelétricas que o governo quer leiloar, por exemplo, são projetos que já constavam do PDE, como o de São Luiz do Tapajós, de 8 mil MW, e de Jatobá, de 2,4 mil MW, ambos no rio Tapajós.
Como o Plano Decenal já adianta as diretrizes da política energética e leilões de energia são realizados todos os anos, o anúncio desta terça-feira representou mais uma compilação dos investimentos e caminhos previstos para a expansão.
O programa de investimentos apresentado pelo governo estima ainda que serão contratados entre 4 mil e 6 mil MW de energia eólica até 2018, além de entre 4 e 5 mil MW em usinas a biomassa e de 2 a 3 mil MW em projetos solares.
Já as termelétricas movidas a combustíveis fósseis devem contratar entre 3 mil e 5 mil MW.
Além dos investimentos a serem contratados até 2018, o governo estima ainda que, até o final desse período, deverão ser aportados no setor outros 114 bilhões de reais em geração e transmissão de energia, referentes a projetos já contratados em anos anteriores, cujas obras estão em andamento.
No anúncio do plano, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, comentou também sobre a intenção do governo de acelerar o licenciamento ambiental de projetos no setor, o que se daria por meio de um "fast track" para empreendimentos estruturantes.
(Por Leonardo Goy e Maria Carolina Marcello, com reportagem adicional de Luciano Costa, em São Paulo)