Indígenas suspendem bloqueio em rota de transporte de grãos na Amazônia

Publicado 08.04.2025, 12:44
Atualizado 08.04.2025, 12:45
© Reuters. Indígenas Munduruku em protesto na semana passada antes de estrada ser liberadan4/04/2025nDa'uk Frank akay Munduruku/Handout via REUTERS

Por Ana Mano

SÃO PAULO (Reuters) - Manifestantes indígenas suspenderam o bloqueio da Rodovia Transamazônica, reabrindo uma rota importante de transporte de grãos que liga regiões produtoras ao porto fluvial de Miritituba, no Pará, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e uma operadora de rodovias nesta terça-feira.

Ativistas indígenas Munduruku fecharam intermitentemente a estrada, também conhecida como BR-230, desde 25 de março, para pressionar o Supremo Tribunal Federal a derrubar uma lei de 2023 que limita os direitos indígenas à terra, conhecida como Marco Temporal.

As empresas que comercializam grãos disseram que os protestos estavam impedindo o embarque de cerca de 70.000 toneladas métricas de mercadorias, no valor de quase US$30 milhões, todos os dias.

A Abiove disse que ficou sabendo na manhã de terça-feira que os líderes indígenas haviam encerrado o bloqueio após conseguir uma reunião com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

A Via Brasil BR-163, empresa que administra 1.009 quilômetros da rodovia que liga as fazendas do Estado do Mato Grosso ao porto fluvial, também confirmou o fim do protesto.

Assessores de Gilmar Mendes informaram que uma reunião foi agendada para 15 de abril.

Cerca de 15 milhões de toneladas de soja e milho foram carregadas em barcaças em Miritituba no ano passado, com destino a portos de exportação. Isso corresponde a mais de 10% dos volumes totais de exportação do Brasil para esses grãos.

Prevê-se que os embarques pelo porto fluvial aumentem cerca de 20% este ano, uma vez que os agricultores brasileiros, que devem se beneficiar da escalada da guerra comercial entre os EUA e a China, comercializam uma safra recorde de soja e uma esperada colheita abundante de milho.

Mesmo antes do início dos protestos, o acesso a Miritituba já era prejudicado pelas más condições da BR-230.

Num trecho não pavimentado de cinco quilômetros conhecido como Transportuária, alguns caminhões teriam aguardado por até três dias para descarregar mercadorias, disse a Associação Nacional das Empresas de Transporte de Cargas (Anatc), referindo-se ao início da temporada de exportação da soja.

A Via Brasil BR-163 disse que um novo acesso será construído quando o Judiciário lhe conceder permissão para desapropriar certas áreas e melhorar a infraestrutura.

(Reportagem de Ana Mano)

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