RIO DE JANEIRO (Reuters) - Integrantes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Ministério de Minas e Energia estão entre os cotados para ocupar duas cadeiras que ficarão vagas a partir da próxima semana na diretoria da autarquia do setor petrolífero, afirmaram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.
Os diretores Helder Queiroz e Florival Carvalho deixam a diretora da ANP no fim desta semana, quando terminam os respectivos mandatos.
A atual diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, cujo mandato termina em 2016, está tentando indicar pelo menos uma pessoa de sua confiança, explicou a fonte, que pediu anonimato por não ter permissão para falar sobre o assunto com a imprensa.
A outra indicação, disse a fonte, viria do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.
Chambriard teria sugerido dois nomes para ao menos uma das vagas: o chefe de Gabinete da agência, Silvio Jablonski, e o superintendente de abastecimento da ANP, Aurélio Amaral.
"Cada um, Magda e Braga, quer indicar um nome. E eles já começam a ser falados", disse a fonte, na condição de anonimato.
"Um ministro com uma atuação intensa no MME não abriria mão de indicar um nome para a diretoria", acrescentou.
Outra cotada para uma das diretorias da autarquia, seria, de acordo com as duas fontes, a diretora do Departamento Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Symone Araújo, que também ocupa um cargo no Conselho Fiscal da estatal do pré-sal, a PPSA.
Apesar de a lei permitir uma recondução ao cargo para cumprir mais um mandato, o diretor Helder Queiroz já manifestou publicamente que seu ciclo na ANP foi concluído e que vai se dedicar a projetos pessoais dentro e fora do país como professor e consultor na área de óleo e gás.
Já Florival Carvalho, professor universitário, que foi trazido por indicação do PC do B (da base do governo), está tentando uma recondução para mais um mandato como diretor da autarquia, segundo as duas fontes. Mas a sua permanência estaria esbarrando em outros interesses políticos.
Carvalho já conversou com diversos interlocutores em Brasília e permanece em contato nesta semana com autoridades para avaliar a sua permanência.
"Não se pode negar que, apesar da ligação política do Florival, ele é um cara com conhecimento e que agregava à ANP. Ele está tentando ficar, mas parece que não está na cota de nenhum dos dois", afirmou a primeira fonte.
O timing para a substituição dos diretores é incerto, e, segundo as duas fontes, a preocupação do governo está mais voltadas para a 13ª Rodada de Blocos Exploratórios de Petróleo e Gás em outubro, para a recuperação da imagem da Petrobras (SA:PETR4) perante ao mercado, entre outras questões.
"Não dá para dizer quando vai se dar as nomeações, mas parece que o foco maior agora é outro", disse a primeira fonte.
Segundo as regras atuais, a agência reguladora pode funcionar com pelo menos três membros da diretoria, sem que seja necessário indicar um interino.
Além dos dois diretores que estão de saída, o colegiado da ANP é formado pela diretora-geral, Magda Chambriard, e pelos diretores José Gutman e Waldyr Barroso.
Para ser nomeado diretor da agência, o candidato deve ser apontado pela presidente Dilma Rousseff, precisa passar por uma sabatina na comissão de infraestrutura do Senado e depois ser aprovado em plenário. O processo é o mesmo no caso de recondução ao cargo.
(Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier)