XANGAI (Reuters) - Os investimentos totais da China na construção de projetos de geração termelétrica recuaram no ano passado para o menor nível desde 2004, segundo dados de uma associação do setor, em meio a uma tentativa do país de restringir empreendimentos mais poluentes.
O Conselho de Eletricidade da China (CEC), que representa geradores, construtores e fabricantes de equipamentos, disse que os aportes em novas usinas térmicas atingiram 78,6 bilhões de iuanes (11,35 bilhões de dólares) em 2018, queda de 8,3% na comparação anual. Isso representou 28% dos aportes totais no setor.
No total, os investimentos em geração térmica a carvão ficaram em 6,44 bilhões de iuanes, queda de 8,8% na comparação anual, disse a CEC, em um relatório divulgado na noite de sexta-feira.
Os investimentos totais em energia caíram 3,9% frente ao ano anterior, para 278,7 bilhões de iuanes. Os aportes na construção de hidrelétricas cresceram em 12,7%, para 70 bilhões de iuanes, enquanto nas usinas nucleares houve recuo de 1,6%, para 44,7 bilhões de iuanes.
Os investimentos em energia solar tiveram forte queda, de 27,4%, para 20,7 bilhões de iuanes, em meio a políticas que visam reduzir um excesso de capacidade e enfrentar atrasos no pagamento de subsídios a renováveis. Os aportes em eólicas também recuaram em 5,2%, para 64,6 bilhões de iuanes.
A China tem prometido reduzir sua dependência de combustíveis fósseis poluentes, com uma meta de levar a participação do carvão em sua matriz energética a 58% no próximo ano, ante 68,5% em 2012.
A China ainda pretende reduzir essa fatia a entre 50% e 53% até 2025, segundo reportagem publicada no mês passado pelo jornal estatal China Daily, que citou especialistas envolvidos no próximo plano quinquenal do país.
(Por David Stanway)