DUBAI (Reuters) - A internet voltou a funcionar em Hormozgan, uma província do sul do Irã, relatou a agência de notícias semioficial Isna nesta quinta-feira, após um bloqueio de âmbito nacional durante dias para ajudar a conter os tumultos causados por aumentos nos preços do combustível.
A interrupção do acesso à internet decretada pelas autoridades tornou difícil para os manifestantes publicarem vídeos nas redes sociais para angariar mais apoio e obter relatos confiáveis sobre o alcance dos protestos
Mas a Guarda Revolucionária de elite do Irã disse nesta quinta-feira que a calma voltou a todo o país, noticiou a televisão estatal.
"A conexão de internet foi restaurada na província de Hormozgan e todos os aplicativos de redes sociais estão ativos novamente", disse a Isna, referindo-se à província que foi um dos epicentros dos protestos.
Mais cedo, autoridades iranianas haviam dito que o acesso à internet seria reativado se a calma fosse restaurada.
Os tumultos irromperam em 15 de novembro depois que o governo anunciou uma elevação de ao menos 50% no preço da gasolina. As manifestações começaram em várias cidades provinciais e se espalharam para cerca de 100 cidades pequenas e grandes da República Islâmica, logo assumindo um cunho político quando os manifestantes passaram a exigir a renúncia de autoridades de alto escalão.
A Anistia Internacional disse ter documentado ao menos 106 mortes de manifestantes cometidas pelas forças de segurança, o que representaria o pior distúrbio nas ruas do país em ao menos uma década e possivelmente desde a Revolução Islâmica de 1979.
As autoridades iranianas disseram que várias pessoas, inclusive membros das forças de segurança e policiais, morreram nos episódios de violência nas ruas, que Teerã atribuiu a "inimigos estrangeiros".
(Por Parisa Hafezi)