Por Valerie Volcovici e Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O presidente da China, Xi Jinping, disse nesta terça-feira que o país não vai construir novos projetos energéticos com carvão no exterior, utilizando seu pronunciamento na Assembleia-Geral da ONU para ampliar as promessas chinesas para lidar com as mudanças climáticas.
Xi não ofereceu detalhes, mas dependendo da forma que a política for implementada, a medida pode limitar de maneira significativa o financiamento a usinas de carvão em países em desenvolvimento.
A China tem sofrido pressão diplomática pesada para encerrar seus financiamentos a projetos com carvão fora de seu território, já que isso pode facilitar que o mundo esteja a caminho de atingir os objetivos do Acordo de Paris para o clima, que pretende reduzir emissões de carbono no mundo.
O anúncio de Xi seguiu medidas semelhantes da Coreia do Sul e do Japão mais cedo neste ano, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, haviam pedido que a China siga seus vizinhos asiáticos.
"A China irá aumentar seu apoio para que países em desenvolvimento tenham energia verde e de baixo carbono, e não irá mais construir novas plantas abastecidas por carvão no exterior", disse Xi em seu pronunciamento pré-gravado em vídeo para a reunião anual da ONU, no qual ressaltou as intenções pacíficas da China nas relações internacionais.
Xi falou após o presidente norte-americano, Joe Biden, fazer seu primeiro pronunciamento na ONU. Biden mapeou uma nova era de competição vigorosa sem uma nova Guerra Fria, apesar da ascensão da China.
Em um discurso calmo e comedido, Xi não fez menção direta à rivalidade muitas vezes amarga com os Estados Unidos, onde o governo Biden fez das políticas de mitigação das mudanças climáticas uma prioridade e buscou cooperar com a China.
Xi também repetiu promessas do ano passado de que a China iria atingir um pico de emissões de dióxido de carbono antes de 2030, e a neutralidade carbônica antes de 2060.
(Reportagem de Valerie Volcovici, David Brunnstrom, Michael Martina e Arshad Mohammed, em Washington, e Michelle Nichols, na ONU)