Por Luciano Costa e Leonardo Goy
SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - A liminar obtida por um grupo de empresas geradoras de energia contra o déficit hidrelétrico não terá efeito na liquidação financeira da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) em 7 e 8 de julho, disseram à Reuters nesta sexta-feira três fontes a par do assunto, duas do governo e uma do setor.
Caso isso se confirme, o setor e o governo terão mais um mês para tentar costurar uma solução para o problema, resultado do baixo nível dos reservatórios e incapacidade de as hidrelétricas gerarem energia suficiente para que cumpram os contratos.
A decisão judicial do meio desta semana beneficia mais de 30 empresas sócias da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia (Apine).
A liminar, porém, ainda não foi apreciada pelo Conselho de Administração da CCEE, segundo informações no site da instituição.
Na quinta-feira, de acordo com ata de reunião da CCEE, a câmara de comercialização decidiu empurrar para o próximo mês o cumprimento de outras duas liminares emitidas em datas anteriores, devido ao fato de a liquidação, referente aos contratos de maio, já estar contabilizada e auditada.
O presidente da comercializadora de energia Comerc, Cristopher Vlavianos, estima que as decisões judiciais em favor das geradoras podem resultar em uma conta mensal de até 1,5 bilhão de reais para os demais participantes do mercado.
Nesse cenário, as distribuidoras teriam que arcar com parte da conta. A Abradee, que representa o setor, pedirá o parcelamento dos débitos na CCEE caso as distribuidoras sejam obrigadas a cobrir o déficit de geradoras com liminares, disse à Reuters o diretor-executivo da entidade, Marco Delgado.