Genebra, 12 ago (EFE).- O Governo da Suíça e o banco suíço UBS
demonstraram satisfação hoje pelo acordo alcançado entre a entidade
bancária e as autoridades dos Estados Unidos no processo sobre a
suposta sonegação de impostos de milhares de seus clientes
americanos.
A ministra da Justiça suíça, Eveline Widmer-Schlumpf, considerou
a decisão como um "êxito" e disse ter "constatado com satisfação que
foi possível solucionar este assunto com um compromisso dos dois
Estados de direito soberano, o que é de interesse dos dois Estados".
Já o presidente do UBS, Kaspar Villiger, disse em nota publicada
no site do banco que o Conselho de Administração e a Direção da
empresa "são gratos pelo acordo alcançado pelos dois Governos para
resolver este assunto, e agradecem ao Governo suíço e à delegação
suíça que negociou o acordo por seus esforços".
No entanto, Villiger lembrou que, "a pedido dos Governos dos EUA
e da Suíça, o UBS se comprometeu a não revelar nada sobre o acordo,
que será assinado em breve".
Por meio de uma teleconferência, o procurador da divisão
tributária do Departamento de Justiça dos EUA, Stuart Gibson,
comunicou ao juiz do caso que "as partes chegaram a um acordo". No
entanto, o teor deste não foi divulgado.
Gibson confirmou o acordo, mas ressaltou que "precisarão de algum
tempo" para redigir o documento final.
As ações do UBS fecharam hoje na Bolsa de Valores de Zurique em
alta de 3,09%.
O Governo americano reivindicou do banco informações sobre 52 mil
clientes americanos que supostamente sonegaram impostos com contas
em paraísos fiscais.
As duas partes negociaram um acordo nas últimas semanas, motivo
pelo qual a data do início do julgamento, prevista para 13 de julho,
foi adiada em diversas ocasiões.
O acordo final anunciado hoje é consequência de um primeiro pacto
entre as partes alcançado em fevereiro, pelo qual o banco suíço
aceitou pagar US$ 780 milhões e entregar os nomes de cerca de 300
clientes com contas secretas offshore para evitar um julgamento por
ter ajudado cidadãos americanos a sonegar impostos. EFE