Por Roberto Samora
GUAXUPÉ, Minas Gerais (Reuters) - O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse nesta quinta-feira que o governo vai tomar medidas para coibir roubos e furtos de cargas de café que têm assustado produtores do principal cinturão cafeicultor do Brasil, o sul de Minas Gerais, e também tocou em um assunto que muitos no setor não gostam nem de falar, a importação de grão in natura.
"(A violência) não é um problema só do Sul de Minas, vivo em Mato Grosso e ocorre isso lá também. Agora temos que entender que não há roubo de cargas de café sem que haja do outro lado alguém que compre o café", disse Maggi a jornalistas, após visitar a Cooxupé, em Guaxupé, onde produtores fizeram queixas da crescente violência no campo.
Segundo representantes do setor produtivo, muitos agricultores estão deixando as propriedades na zona rural para morar na cidade, temendo serem vítimas de assaltos violentos.
"Vou acionar a Polícia Federal para que faça grande levantamento, investigação, para que acabe com essas quadrilhas", disse Maggi.
Os casos de assaltos em fazendas têm crescido, segundo produtores, em um momento de valorização do produto. O café arábica no Sul de Minas tocou em julho uma máxima nominal histórica, segundo dados do Cepea.
IMPORTAÇÕES
O ministro também tocou na questão de importações de café verde, um assunto sensível para o setor, ao ser confrontado com o tema na maior cooperativa de cafeicultores do Brasil.
"Vamos discutir com o setor, o Brasil é o maior produtor e não pode temer importar café de outro país", declarou, ao comentar que há estudos para a implantar um regime de drawback, que dá benefícios tributários para quem importa produto in natura e reexporta o produto industrializado.
"Não sou contra a importação de café para a indústria dentro de um sistema de drawback que vamos fazer", declarou, ser dar mais detalhes.