Rabat, 21 out (EFE).- O governo do Marrocos informou que foram encontrados "indícios de petróleo" perto da orla da cidade de Sidi Ifni, no Oceano Atlântico, mas que ainda é cedo para falar "sobre o verdadeiro potencial" da descoberta.
O Escritório Nacional de Hidrocarbonetos e Minas marroquino (ONHYM, sigla em francês), responsável por todas as operações de exploração em terra e águas do Marrocos, deixou claro em comunicado que também se desconhece "a natureza do petróleo encontrado", para o qual serão necessárias "operações específicas que estão sendo executadas".
Fontes do órgão disseram à Agência Efe que é cedo para falar de "descobrimento" de petróleo enquanto uma série de dúvidas não for esclarecida, em referência aos anúncios feitos por empresas que exploram conjuntamente o "lote" de Sidi Moussa 1.
Estudos feitos pelas companhias de petróleo Genel, San Leon e Serica nas águas do Atlântico, a 59 quilômetros do litoral de Sidi Ifni, permitiram encontrar esses "indícios de petróleo" a uma profundidade de 2.087 metros.
"Foram empreendidas operações específicas para identificar a natureza do petróleo encontrado e analisar as propriedades petrofísicas das rochas perfuradas para podermos falar sobre o verdadeiro potencial das zonas de interesse", comunicou o órgão marroquino.
Essa não é a primeira vez que a ONHYM reduz as expectativas de supostos descobrimentos de petróleo no Marrocos e nem a primeira vez que a Genel Energy anuncia "descobertas" antes de serem confirmadas pelo governo marroquino.
Em 6 de março, a Genel Energy anunciou a descoberta de petróleo em uma jazida batizada como Juby Maritime, na zona de Tarfaya, mais ao sul que Sidi Ifni, mas a ONHYM esclareceu mais tarde que se tratava de "petróleo pesado", cuja exploração não era rentável.
O Marrocos tem 113 permissões de exploração petrolífera (90 delas marítimas), mas até agora nenhuma deu resultados, apesar da diretora de ONHYM, Amina Benjadra, considerar há "perspectivas promissoras".
O país africano é o maior interessado em encontrar petróleo em seu território ou em suas águas, visto que 97% da energia que consome é importada e de combustível fóssil.