Invesitng.com – Em um relatório recente que traça perspectivas para o setor de energia em 2025, o banco de investimento Jefferies elencou dez questões que influenciarão o panorama global. As análises são lideradas por Lloyd Byrne e destacam os impactos de políticas de desregulamentação nos EUA, crescimento da demanda mundial, entre outros fatores estruturais.
CONFIRA: Cotação das principais commodities
1. “Trump Trade” continuará?
O Jefferies observa que investidores esperam benefícios para o mercado de (gás natural) e GNL (gás natural liquefeito) sob a nova administração. Embora o lema "Drill Baby Drill" tenha impacto limitado devido à maturidade do shale oil e ao foco dos operadores em retornos, a infraestrutura de gás natural nos EUA apresenta perspectivas otimistas.
“A desregulamentação é positiva para os fundamentos do gás natural norte-americano”, afirmam os analistas, que destacam o interesse crescente em upstream, serviços e opções de infraestrutura.
2. Gás natural na América do Norte: volatilidade, GNL e centros de demanda
A demanda por GNL deve apertar os estoques de gás antes do inverno de 2025-26. Gargalos de infraestrutura podem causar desalinhamento de preços, com as regiões de Appalachia e Haynesville posicionadas para se beneficiar do aumento da demanda por energia e centros de dados.
3. Petróleo: oferta fora da Opep e Irã
O Jefferies prevê que o crescimento da oferta fora da Opep+ em 2025 acompanhará a expansão da demanda global.
China e Índia serão os principais motores do consumo.
Riscos geopolíticos relacionados ao Irã podem impactar os mercados, com possíveis sanções dos EUA afetando as exportações iranianas.
“Qualquer redução nas exportações iranianas será compensada por um aumento na oferta da Opep+, mitigando parcialmente o excesso de capacidade”, destacam os analistas.
4. Shale oil nos EUA: maturidade ou crescimento?
O sentimento em relação ao petróleo continua pessimista, refletido no posicionamento do CFTC. O Jefferies acredita que a remoção de barris iranianos do mercado pode trazer estabilidade, enquanto o crescimento da produção nos EUA desacelera, com foco em retornos aos acionistas.
5. Perspectivas para o GNL: excesso de oferta adiado?
Os balanços de GNL estão se apertando devido a atrasos em projetos e demanda maior do que a esperada. Preços elevados podem ser impulsionados pela procura na Europa e na Ásia. Após 2025, novas ofertas dos EUA, Catar e Canadá devem aliviar o mercado.
6. Refino global: oferta e demanda mais apertadas?
O Jefferies prevê um leve aperto no balanço de oferta e demanda no setor de refino global no segundo semestre de 2025. Fechamentos de capacidade na Ásia-Pacífico devem compensar novas adições, ajustando o equilíbrio de produtos refinados.
7. Fusões e aquisições no setor de energia: qual o estágio atual?
A consolidação no setor de exploração e produção (E&P) continua, com oportunidades emergindo em infraestrutura e serviços petrolíferos, impulsionadas por otimização de capital e reestruturação de bacias maduras.
8. Infraestrutura: ainda um porto seguro para investidores?
A infraestrutura energética continua atraindo interesse como alternativa defensiva. Projetos em bacias-chave, como Permiano e Appalachia, são vistos como motores de crescimento, mesmo com a volatilidade de preços de curto prazo.
“A infraestrutura seguirá atraindo investidores interessados no crescimento de volumes, enquanto limita a exposição à volatilidade de preços de curto prazo devido ao armazenamento limitado na América do Norte.”
9. Transporte marítimo: sanções dos EUA ao Irã podem impactar o mercado?
A aplicação mais rígida de sanções dos EUA contra a frota “sombria” do Irã pode retirar petroleiros do mercado, aumentando taxas spot e utilização.
“Caso os 85 VLCCs (petroleiros de grande porte) sob vigilância sejam removidos do mercado, a utilização pode subir de 85% para 95%, elevando as taxas à vista.”
10. Capex internacional: atenderá às expectativas?
O investimento offshore deve crescer em 2025, embora em ritmo mais lento. Apesar de preocupações sobre a desaceleração, o Jefferies espera aumentos incrementais para atender à demanda global de energia.