Por Hugh Bronstein e Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) - A expectativa é que os agricultores da Argentina plantem mais milho do que nunca esta temporada, enquanto o plantio de soja recua a uma mínima de 15 anos, devido à política de exportação do país e a falta de um marco regulatório para sementes geneticamente modificadas que estão encorajando uma mudança.
A Argentina superou o Brasil esta temporada, país afetado pela seca, e se tornou o segundo maior exportador de milho do mundo.
Devido às enormes fábricas de processamento de soja nas margens do rio Paraná na Argentina, o país segue sendo o principal fornecedor de farelo de soja.
Porém a produção de soja, que já dominou de forma inquestionável o cinturão agrícola das pampas, está atrasada devido, em partes, ao lento progresso na promulgação de uma lei requerida pelas empresas de sementes que buscam que os agricultores paguem royalties pela tecnologia genética da soja.
A falta de uma "lei de sementes" tem prejudicado o acesso à soja geneticamente modificada que pode suportar o crescente risco de seca.
A Bolsa de Mercadorias de Rosário estima que os agricultores argentinos plantarão um recorde histórico de 7,84 milhões de hectares de milho este ano, enquanto a soja irá recuar a 16,40 milhões de hectares, a mínima desde 2006, o que marca o sexto ano consecutivo de queda da oleaginosa.
A bolsa espera que a safra de milho de 2021/22 seja de 55 milhões de toneladas, enquanto a de soja alcançará as 49 milhões de toneladas.
A bolsa estima a produção de milho, com colheita na reta final, em 50,5 milhões de toneladas.
"O milho se beneficiou de uma nova tecnologia nos últimos 10 anos que nos permite semear no final da safra. Costumávamos plantar milho apenas em setembro e esperar que chovesse no Natal", disse Santiago del Solar, produtor da província de Buenos Aires.
(Por Hugh Bronstein e Maximilian Heath)