TÓQUIO (Reuters) - O ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, disse nesta segunda-feira que os países precisam cooperar para manter as rotas marítimas abertas para o petróleo e outras fontes de energia, assegurando uma oferta estável, após o registro na semana passada de ataques contra navios petroleiros no Oriente Médio.
Embora não tenha apresentado medidas concretas após os ataques que danificaram dois petroleiros em 13 de junho, Falih disse que o reino fará tudo o que for necessário para garantir a passagem segura do petróleo da Arábia Saudita e seus aliados na região.
"Vamos proteger nossa própria infraestrutura, nossos próprios territórios, e estamos fazendo isso apesar das tentativas de atingir algumas de nossas instalações", disse Falih a repórteres em Tóquio.
"Mas as rotas marítimas do comércio global precisam ser protegidas coletivamente por outros poderes também. Acreditamos que isso está acontecendo, mas precisamos ter certeza de que o resto do mundo está atento", disse ele depois de uma conferência de investimentos promovida por Japão e Arábia Saudita.
Falih espera que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e outros produtores, incluindo a Rússia, se reúnam na semana após a cúpula do G20 em Osaka, de 28 a 29 de junho, para discutir uma extensão de seu acordo de corte na oferta.
A Opep e outros produtores, uma aliança conhecida como Opep+, têm um acordo para cortar a produção em 1,2 milhão de barris por dia a partir de 1º de janeiro. O pacto termina neste mês, e o grupo vai se reunir nas próximas semanas para decidir o próximo passo.
Falih disse que a Opep tem se movido em direção a um consenso sobre a extensão do acordo.
Quando perguntado sobre se a Rússia vai concordar em continuar com os cortes, Falih respondeu: "absolutamente".
"Estamos mantendo a oferta no nível necessário para trazer os estoques para onde eles deveriam estar. Espero que isso continue no segundo semestre, com as garantias que recebi de todos os países da Opep+", disse ele.
Falih disse ainda que o crescimento da demanda por petróleo manteve-se apesar das disputas comerciais que agitam os mercados globais, acrescentando que espera que a demanda mundial fique acima de 100 milhões de barris por dia neste ano.
"Não estamos vendo uma desaceleração nem na China, nem nos EUA, Índia ou outras economias desenvolvidas", disse Falih.
"O impacto foi mais do lado do sentimento e do medo do que um impacto real", disse ele.
(Reportagem de Yuka Obayashi e Aaron Sheldrick)