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Moody's melhora perspectiva para setor de etanol e açúcar do Brasil

Publicado 11.12.2019, 15:37
© Reuters. Colheita de cana em Sertãozinho (SP)
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SÃO PAULO (Reuters) - A agência de classificação de riscos Moody's alterou a perspectiva da indústria de açúcar e etanol do Brasil de negativa para estável, informou a companhia nesta quarta-feira, citando o aumento da demanda pelo etanol do país.

Além disso, a Moody's vê também um potencial de melhora para os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) do setor em 2020, na comparação com a safra anterior.

"Vemos aumento de 5% nos preços do etanol em 2019/20 na esteira de forte demanda doméstica, sustentando o prêmio do etanol sobre o açúcar", disse em nota o vice-presidente da Moody's, Erick Rodrigues.

"Apesar dos preços favoráveis do etanol, os baixos preços do açúcar limitam um aumento mais robusto do Ebitda em 2019/20."

No acumulado de 2019 até novembro, diante de demanda já aquecida e com o chamado mix de produção favorecendo o biocombustível, as usinas do centro-sul brasileiro produziram um recorde de 31,72 bilhões de litros de etanol, de acordo com dados divulgados pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) na terça-feira.

Para o próximo ano, a Moody's prevê que a demanda por etanol deve crescer ainda mais em razão do início do programa federal RenovaBio, que busca alavancar o consumo de combustíveis renováveis no país e ajudar na redução das emissões de poluentes.

"No segmento de açúcar, a produção deve permanecer baixa enquanto o etanol oferece prêmio. Com a baixa produção, os preços internacionais do açúcar devem se recuperar gradualmente, fechando a lacuna de preço com o etanol nas próximas duas ou três safras", acrescentou a agência em comunicado.

Os contratos futuros do açúcar bruto na ICE se recuperaram recentemente e têm sido negociados em máximas de nove meses, a cerca de 13,40 centavos de dólar por libra-peso, apoiados por coberturas de vendidos por fundos e pelas estimativas de déficit para 2019/20.

PROTEÍNA ANIMAL

Em comunicado à parte, a Moody's também disse ver perspectiva positiva para o setor de proteína animal da América Latina em 2020, com as fortes exportações para a China e o mercado doméstico brasileiro posicionado para recuperação.

"Uma escassez na China causada por um surto de peste suína africana melhora a perspectiva para todos os tipos de proteína", afirmou a vice-presidente sênior da Moody's, Barbara Mattos, acrescentando que uma recuperação interna também permite que o foco seja mantido em produtos de margens elevadas.

A carne bovina brasileira, no centro das atenções devido à forte demanda chinesa e à consequente elevação dos preços locais, deve quebrar recorde de exportação em 2020, com 2,067 milhões de toneladas, segundo previsão da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

© Reuters. Colheita de cana em Sertãozinho (SP)

Nessa toada, tanto produção quanto exportação das carnes suína e de aves do Brasil também devem avançar em 2020, de acordo com previsões do Rabobank.

(Por Gabriel Araujo)

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