SÃO PAULO (Reuters) - As vendas de milho de Mato Grosso avançaram "a todo vapor" em maio, com a valorização do cereal no mercado externo e a alta do dólar beneficiando negócios tanto para a safra que está sendo colhida (2018/19) quanto para a do ano que vem (2019/20), informou nesta segunda-feira o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Para a safra atual do maior produtor brasileiro de grãos, com colheita atingindo já 8,57% da área até a última sexta-feira, os agricultores comercializaram 69,21% da produção, após um avanço mensal de 6,92 pontos percentuais, com o produto sendo negociado em média de 20,61 reais por saca.
"A fluidez se deu, principalmente, na segunda quinzena do mês, após a valorização do milho no mercado externo e aumento da demanda para o confinamento pecuário do Estado", disse o Imea.
Para a safra 2019/20, os negócios "também já estão a todo vapor", com reportes indicando 15,26% da produção projetada vendida, acima da média histórica de pouco mais de 2% para esta época.
"Tal volume de milho comercializado nesse período é atípico para o Estado, dado a forte valorização nas cotações do dólar e da bolsa de Chicago para julho de 2020 no período...", afirmou.
Ao longo do último mês, os negócios de exportação do milho do Brasil estiveram aquecidos, diante de problemas na safra dos Estados Unidos, que impulsionaram os preços.
O Brasil vendeu milho até para destinos pouco comuns, como o México.
SOJA
O Imea também registrou "bons volumes negociados" de soja no último mês.
A comercialização da safra 2018/19 avançou 7,75 pontos percentuais e fechou maio com 79,59% da produção já negociada, o que representa 25,87 milhões de toneladas.
"Este progresso é justificado pela recuperação das cotações da soja na bolsa CME-Chicago, pelo aumento dos prêmios portuários, e também pelo dólar, refletindo assim na valorização do grão no mercado mato-grossense", disse o órgão.
Junto a isso, acrescentou o Imea, também houve a necessidade de o produtor liberar espaço nos silos, já que a colheita do milho de segunda safra foi iniciada.
A recuperação nas cotações também repercutiu na comercialização da safra 2019/20, que registrou um avanço de 7,20 pontos e alcançou 19,54% do volume projetado, apontou o Imea, órgão ligado ao setor produtivo.
(Por Roberto Samora)