Por Mayank Bhardwaj e Rajendra Jadhav
NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia deverá retirar seus subsídios à exportação de açúcar na nova temporada, que começa em outubro, à medida que um forte aumento nos preços internacionais da commodity torna mais fácil a venda por parte das usinas do país nos mercados globais, disse nesta terça-feira uma autoridade de alto escalão do governo local.
"No momento, o governo não está considerando nenhum subsídio para o ano que vem", afirmou em entrevista à Reuters o funcionário público mais graduado do Ministério do Consumidor, Alimentação e Distribuição Pública da Índia, Sudhanshu Pandey.
"Nas circunstâncias atuais, da forma como vemos o cenário, parece não haver necessidade do apoio dos subsídios. Se as exportações podem acontecer por si só, também é melhor para os mercados globais que nenhum subsídio seja concedido", disse ele.
A Índia, maior produtora mundial de açúcar depois do Brasil, concedeu incentivos às vendas externas por três anos seguidos, ajudando Nova Délhi a emergir como um exportador significativo e estável da commodity.
Fornecedores rivais se opuseram com frequência aos subsídios da Índia às exportações de açúcar. Após protestos realizados por Brasil, Austrália e Guatemala, a Organização Mundial do Comércio (OMC) decidiu criar painéis em 2019 para avaliar as reclamações contra a medida tomada pela Índia --que, por sua vez, sustenta que os subsídios não violam regras da OMC.
"A demanda pelo açúcar indiano vai aumentar, então os preços (globais) devem se firmar. Pode não haver necessidade de subsídio", reiterou Pandey.
Na terça-feira, os contratos futuros do açúcar bruto negociados em Nova York atingiram uma nova máxima de quatro anos e meio, apoiados por compras realizadas por fundos frente a um cenário de ofertas apertas.