Investing.com -- Os analistas do banco de investimento Raymond James apresentaram uma perspectiva cautelosa para o setor de energia em 2025.
Apesar do baixo desempenho do setor de energia nos últimos dois anos, o segmento "midstream" (transporte, armazenamento e comercialização) destacou-se em 2024, com o índice Alerian/AMNA subindo 37% e o grupo de cobertura do Raymond James nesse segmento subindo 41%.
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As tensões geopolíticas, como o conflito em curso na Ucrânia e os recentes confrontos no Oriente Médio, tiveram pouco impacto nos fundamentos do mercado de petróleo.
"A volatilidade dos preços do petróleo continua sendo gerada por fatores de oferta e demanda bastante antiquados", observam os analistas.
Eles destacam as mensagens confusas da Opep e a fraca demanda da China como principais contribuintes para a atual incerteza do mercado. Além disso, a força do dólar americano, especialmente em torno das eleições nos EUA, também está exercendo pressão de baixa sobre os preços do petróleo.
Olhando para o futuro, o Raymond James prevê que o petróleo West Texas Intermediate (WTI) terá uma média de US$ 70 por barril em 2025, um pouco acima da faixa de futuros, com o Brent levando um prêmio de US$ 5.
Por outro lado, espera-se que os preços do gás natural dos EUA fiquem em média em US$ 4 por Mcf, significativamente mais altos do que os preços atuais dos futuros.
Um tema notável para 2025 é o impacto contínuo da inteligência artificial (IA) no setor de energia.
"A IA continua sendo a história número um no setor de energia", afirma Raymond James. Acomodar essa demanda incremental exigirá uma estratégia "tudo acima": gás, energias renováveis e - em determinadas circunstâncias, e com prazos de entrega muito longos - também nuclear.
"Atualmente, o setor de energia representa apenas cerca de 3% da capitalização de mercado da S&P, mas o sentimento dos investidores ainda permanece acima dos níveis pré-covid. Dito isso, a incerteza de curto prazo com relação às commodities (principalmente petróleo) deixou os investidores com pouca convicção no momento", concluiu a empresa.