Por Alex Lawler e Rania El Gamal e Shadia Nasralla
VIENA (Reuters) - Produtores de petróleo integrantes e não integrantes da Opep tendem a concordar nesta quinta-feira em estender cortes de produção até o final de 2018, de modo a concluir a eliminação de uma sobreoferta do produto, ao mesmo tempo em que sinalizam uma eventual saída do pacto antes do previsto caso o mercado superaqueça.
A Rússia, não membro da Opep e que neste ano reduziu a produção de forma significativa juntamente com o restante do cartel, vem pressionando por uma mensagem clara sobre como sair dos cortes para que o mercado não entre em uma situação de déficit.
O acordo atual dos produtores, sob o qual estão reduzindo a oferta em cerca de 1,8 milhão de barris por dia (bpd), em um esforço para dar suporte aos preços do petróleo, expira em março.
À medida que a reunião da Opep começou em Viena, com presença de 14 países, o ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, disse ser a favor de cortes de produção por mais nove meses, até o final de 2018.
Ele disse ser prematuro falar sobre sair dos cortes pelo menos por alguns trimestres e acrescentou que a Opep irá examinar o progresso do pacto na próxima reunião, em junho.
"Quando chegarmos a uma saída, vamos fazer isso muito gradualmente... Para garantir que não haja choques no mercado", disse ele.
Os ministros iraquiano, iraniano e angolano também disseram que uma revisão do acordo atual é possível na próxima reunião da Opep, em junho, caso o mercado fique muito apertado.
"Os principais parâmetros que poderiam justificar uma revisão são mudanças no mercado e mudanças nos preços", disse o ministro iraquiano do Petróleo, Jabar al-Luaibi.
Bijan Zanganeh, do Irã, disse que o patamar de 60 dólares por barril é um bom preço. O Brent, referência internacional, é negociado nesta quinta-feira em torno de 64 dólares.