Por Ahmad Ghaddar e Alex Lawler e Rania El Gamal
LONDRES/DUBAI/MOSCOU (Reuters) - Um painel da Opep+ realizado nesta quinta-feira pressionou países como Iraque e Cazaquistão por maior adesão aos cortes de produção de petróleo estabelecidos pelo grupo, além de deixar a porta aberta tanto para a extensão quanto para a flexibilização das reduções de oferta a partir de agosto.
O painel, conhecido como Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial (JMMC, na sigla em inglês), assessora a Opep+ e voltará a se reunir em 15 de julho, quando deve recomendar o próximo nível dos cortes de bombeamento, elaborados para sustentar os preços do petróleo em meio à pandemia de coronavírus.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, que formam o grupo chamado de Opep+, têm reduzido produção desde maio em um nível recorde de 9,7 milhões de barris por dia (bpd) --ou 10% da oferta global--, após a demanda pela commodity afundar em até um terço.
Depois de julho, os cortes devem ser afrouxados para 7,7 milhões de bpd até dezembro.
Duas fontes da Opep+ afirmaram que o encontro virtual do JMMC nesta quinta-feira não discutiu a prorrogação dos cortes atuais para agosto. O rascunho de um comunicado visto pela Reuters também não fez menção à extensão.
As fontes disseram ainda que Iraque e Cazaquistão apresentaram um plano sobre como podem compensar, em julho e setembro, o excesso de produção que têm registrado. Nigéria, Angola e Gabão receberam o prazo de segunda-feira para que apresentem suas propostas.
As compensações nos próximos meses por países que ainda não aderiram completamente às suas parcelas nos cortes significam que, mesmo que a Opep+ decida flexibilizar a redução de oferta, na prática os cortes serão mais profundos.
(Reportagem de Ahmad Ghaddar e Alex Lawler em Londres, Rania El Gamal em Dubai, Olesya Astakhova e Vladimir Soldatkin em Moscou)