Por Alex Lawler
LONDRES (Reuters) - A produção de petróleo da Opep atingiu uma mínima de quatro anos em abril, mostrou uma pesquisa da Reuters, devido a reduções involuntárias na oferta do Irã e da Venezuela, impactados por sanções, além de cortes promovidos pela Arábia Saudita, líder em exportações.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), com 14 membros, bombeou 30,23 milhões de barris por dia (bpd) neste mês, segundo a pesquisa, queda de 90 mil bpd ante março e o menor nível do grupo desde 2015.
Os resultados sugerem que a Arábia Saudita e seus aliados do Golfo têm mantido cortes de oferta ainda maiores que o acordado no último pacto da Opep, ignorando pressões do presidente norte-americano Donald Trump por uma elevação da produção para conter os preços.
O petróleo Brent está sendo negociado perto de 73 dólares o barril, após ter atingido máxima de seis meses de 75 dólares na semana passada, impulsionado pelos cortes sauditas e pela queda na produção da Venezuela e do Irã, que enfrentam sanções dos EUA que limitam suas exportações.
"As sanções ao Irã vieram coroar uma oferta já frágil e levantaram preocupações sobre o aperto do mercado", disse Norbert Ruecker, do banco suíço Julius Baer.
A Opep, a Rússia e outros não membros, a aliança conhecida como Opep+, concordou em dezembro em cortar a oferta em 1,2 milhão de bpd a partir de janeiro. A fatia da Opep no corte é de 800 mil bpd, a serem entregues por seus 11 membros, com exceções para Irã, Líbia e Venezuela.
A produção do grupo em abril ficou no menor nível para a Opep desde fevereiro de 2015, excluídas mudanças na composição do cartel que aconteceram deste então, segundo dados da Reuters.
(Reportagem adicional de Rania El Gamal)