Por Alex Lawler
LONDRES (Reuters) - A Opep sinalizou nesta quarta-feira que espera um pequeno déficit no mercado de petróleo no próximo ano, devido à redução na produção da Arábia Saudita, mesmo antes do mais recente acordo do grupo com outros produtores entrar em vigor, o que sugere um mercado mais apertado do que se pensava.
Em relatório mensal, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) disse que a demanda por seu petróleo deve ficar em uma média de 29,58 milhões de barris por dia (bpd) no próximo ano.
A Opep ainda manteve, no documento, suas projeções para a economia e o crescimento da demanda por petróleo em 2020, embora tenha sido mais otimista sobre suas perspectivas.
"No lado positivo, a retração no comércio global provavelmente chegou ao fundo do poço, e agora a tendência negativa na produção industrial vista em 2019 deve ser revertida em 2020", afirma o relatório.
A Opep, a Rússia e outros produtores, um grupo conhecido como Opep+, tem implementado desde 1° de janeiro um acordo para cortar a produção de petróleo em 1,2 milhão de barris por dia com o objetivo de apoiar o mercado.
Em reuniões na semana passada, a Opep+ concordou com um corte adicional, de 500 mil bpd, a partir de 1° de janeiro de 2020.
Mas o relatório mostrou que a produção da Opep caindo mesmo antes de o acordo entrar em vigor.
Em novembro, a produção da Opep caiu em 193 mil bpd, para 29,55 milhões de bpd, segundo dados que o grupo coleta de fontes secundárias, com os sauditas restringindo sua oferta.
Isso sugere que haveria em 2020 um déficit de 30 mil bpd caso a Opep siga produzindo no nível de novembro e outros fatores sigam iguais, ante superávit de 70 mil bpd implícito no relatório de novembro.