Por Barani Krishnan
Investing.com - O ouro atinge máximas de oito meses acima de US$ 1.900 a onça na quinta-feira, conforme investidores reforçam confiança no metal amarelo e outros investimentos seguros em meio à escalada de tensões acerca do conflito Rússia e Ucrânia.
O contrato futuro de ouro mais ativo de na Comex de Nova York subiu 1,62%, para US$ 1.901 às 16h21 (horário de Brasília). A máxima da sessão foi de US$ 1.901,75.
A última vez que o ouro foi negociado acima desse valor foi em 11 de junho, tornando a alta de quinta-feira a maior em oito meses.
No acumulado do ano, o contrato mais ativo na Comex já teve valorização de 3,6% e é a maior desde 2020, quando atingiu recordes acima de US$ 2.100.
O rali do ouro na verdade começou no início de dezembro, com consolidação do embalo neste ano diante dos sinais de que a inflação dos EUA não iria abrandar. O Índice de Preços ao Consumidor subiu no ano respectivamente 7,0% e 7,5% em dezembro e janeiro, maior alta desde 1982 para ambos os meses. A própria economia dos EUA cresceu apenas 5,7% em 2021.
Embora a inflação tenha sido o pivô do rali do ouro, as tensões entre Rússia e Ucrânia reintroduziram um elemento há muito não visto pelo metal, ou seja, o hedge geopolítico pelo qual ele também já fora conhecido tempos atrás.
A geopolítica certamente agiu como catalisador para o movimento do ouro rumo aos US$ 1.900 nesta quinta-feira, afirmaram analistas.
"Conforme as tensões entre Rússia/OTAN/EUA aumentam, a cotação do ouro é jogada para cima em direção à segurança", comentou o analista Greg Michalowski na plataforma ForexLive. "Os respectivas lados estão ficando distantes de qualquer acordo amigável".
Michalowski afirmou que, com base em seu gráfico diário, o mês corrente do ouro na Comex ultrapassou o ponto médio de 50% da queda em relação ao recorde de agosto de 2020. "Esse patamar aparece nos US$ 1.876,02", disse ele, observando que o rompimento se deu na quinta-feira, após a tentativa fracassada no início desta semana de quebrar essa resistência.