Por Yasin Ebrahim
Investing.com - O ouro despencou mais de 5% na terça-feira (11), com a demanda por portos-seguro caindo após notícias positivas sobre vacinas e esperanças de outro pacote de estímulo fiscal, com analistas alertando que a correção pode continuar por um tempo.
Às 16h49 (horário de Brasília), o ouro caía 4,89%, para US$ 1.931,05, no ritmo da maior retração em sete anos, de acordo com a Bloomberg.
"Não nos surpreenderia se a correção continuasse por um tempo, pois a escala de alta nas últimas quatro semanas foi excessiva. Isso ficou claro pelo RSI extremamente alto e pelo desvio pronunciado do movimento da média de 100 dias", disse o Commerzbank. "O sentimento em relação ao ouro tornou-se positivo ao extremo, com apenas uma minoria de participantes soando uma nota de cautela."
A queda no ouro vem na esteira da queda dos portos-seguro, já que as notícias sobre a vacina da Covid-19 fabricada na Rússia levantaram as apostas dos investidores de que as farmacêuticas poderiam preparar uma cura mais cedo ou mais tarde.
Além das notícias positivas sobre as vacinas, as esperanças de estímulo fiscal dos EUA foram renovadas depois que os legisladores sugeriram que estavam prontos para retomar as negociações sobre um acordo de ajuda, enquanto o presidente Trump disse que estava ponderando um corte de impostos sobre ganhos de capital.
Um aumento nos rendimentos do Tesouro e uma redução das baixas do dólar mantiveram o ouro em desvantagem, enquanto lutava para redescobrir sua forma, que levou a um recorde na semana passada, quando ultrapassou o nível psicologicamente importante de US$ 2.000.
O ouro é sensível a movimentos mais altos nos rendimentos dos títulos e no dólar americano - um dólar mais forte torna o ouro mais caro para os detentores de moeda estrangeira, enquanto um aumento nas taxas dos EUA eleva o custo de oportunidade de manter ativos não lucrativos, como o ouro.
Ainda assim, o metal amarelo ainda está cerca de 25% acima das baixas vistas em março, embora a maior parte da recuperação tenha sido "quase exclusivamente atribuível à robusta demanda dos investidores, com todos os outros componentes da demanda desempenhando quase nenhum papel", acrescentou o Commerzbank. "É compreensível que agora os investidores pareçam estar realizando lucros."