Investing.com - Os preços do ouro somaram-se às perdas durante a madrugada no pregão europeu desta quinta-feira, operando em uma nova baixa de três semanas, em meio a expectativas renovadas para um aumento das taxas por parte do Banco Central dos EUA (Fed) ainda neste ano.
Na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o ouro com vencimento em agosto atingiu uma baixa da sessão de US$ 1.310,70 por onça-troy, um nível não visto desde 24 de junho. O seu preço ficou em US$ 1.317,05, às 06h49 GMT ou 02h49 ET, uma queda de US$ 2,25, ou 0,17%.
Um dia antes, os preços perderam US$ 13,00, ou 0,98%, uma vez que os investidores estavam em busca de compras nos mercados de ações em alta ao invés de ativos portos-seguros.
A recente série de relatórios econômicos positivos, incluindo as construções de imóveis novos, vendas de varejo, manufatura do ISM e dados de emprego de junho, foi muito melhor do que o esperado, sugerindo que o crescimento econômico recuperou velocidade no segundo trimestre.
Os dados tendentes à alta podem permitir que o Banco Central dos EUA (Fed) aumente as taxas de juros muito mais cedo do que o anteriormente esperado. Os futuros de taxas de juros estão apostando atualmente em uma probabilidade de 19% de um aumento das taxas em setembro. As apostas para dezembro estavam em 51%, em comparação com menos de 20% há uma semana e acima de 9%, no início deste mês.
O ouro é sensível a movimentos nas taxas norte-americanas. Um aumento gradual das taxas é visto como uma ameaça menor para os preços do ouro do que uma série rápida de aumentos.
O índice do dólar, que avalia a força do dólar norte-americano em comparação com a cesta das seis principais moedas, operou em uma alta de quatro meses de 97,37 na quarta-feira, estimulado pela especulação de aumento de taxas do Fed. No início do dia, a moeda foi negociada a 97,00, acima dos níveis de quase 96,00 há apenas uma semana.
Um dólar norte-americano mais forte geralmente pesa sobre o ouro, porque a moeda diminui o apelo do metal como um ativo alternativo e torna as commodities negociadas em dólar mais caras para os detentores de outras moedas.
O metal preciso permaneceu apoiado em meio à especulação de que os bancos centrais ao redor do mundo intensificam o estímulo monetário nos próximos meses para contrariar o impacto econômico negativo da votação do Brexit.
Os participantes do mercado vão se concentrar no resultado da reunião do Banco Central Europeu. O consenso é que o BCE mantenha as taxas de juros inalteradas, ao passo que Draghi deve sugerir novas medidas de estímulo até setembro para compensar o impacto sobre a economia após a decisão que resultou na saída do Reino Unido da União Europeia.
Os traders também estão se concentrando sobre a possibilidade de o Banco do Japão aumentar seu estímulo monetário na sua reunião de política no final deste mês. O iene está pressionado por expectativas de que uma flexibilização fiscal e monetária estava em jogo nas próximas semanas.
Os investidores também estão apostando em um corte das taxas do Banco da Inglaterra em agosto.
O metal precioso subiu quase 25% para o ano até agora, estimulado pelas preocupações com o crescimento mundial e expectativas para estímulo monetário.