Investing.com – Os futuros de ouro atingiram uma baixa de nove meses hoje, uma vez que expectativas cada vez maiores de taxa de juros mais altas nos EUA reduziram o sentimento em relação ao metal precioso.
Na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o ouro com vencimento em dezembro atingiu uma baixa diária de US$ 1.208,90 por onça-troy, um nível ainda não visto desde 2 de janeiro.
Os preços recuperaram-se e foram negociados em US$ 1.214,50 durante as negociações norte-americanas da manhã, caindo US$ 2,10, ou 0,17%.
Espera-se que os futuros encontrem apoio em US$ 1.204,30, a baixa de 2 de janeiro, e resistência em US$ 1.229,20, a alta de 19 de setembro.
Também na Comex, a prata com vencimento em dezembro caiu 14,7 centavos, ou 0,82%, para US$ 17,69 por onça. Os preços atingiram uma baixa da sessão de US$ 17,33 no início do dia, o nível mais fraco desde julho de 2010.
O ouro permaneceu em baixa apesar de dados terem mostrado que as vendas de imóveis residenciais usados nos EUA caíram inesperadamente em agosto.
A Associação Nacional de Corretores (NAR) disse que as vendas norte-americanas de imóveis residenciais usados caíram 1,8% no mês passado, para um ajuste sazonal de 5,05 milhões de unidades, do total revisto de 5,14 milhões atingidos em julho.
Os analistas esperavam que as vendas de imóveis residenciais usados nos EUA subisse 1%, para 5,20 milhões de unidades em agosto.
O Banco Central dos EUA (Fed) reduziu seu programa mensal de compra de títulos em mais US$ 10 bilhões após sua reunião de política de dois dias, dia 17 de setembro, mantendo o ritmo para encerrar o programa no mês que vem.
Embora o Fed tenha reiterado que o banco espera que as taxas de permaneçam inalteradas por um “tempo considerável” após o encerramento do seu programa de compra de títulos, o banco também projetou um ritmo mais rápido de aumento de taxas.
Para o fim de 2015, a projeção média foi de 1,375% em comparação com uma projeção de junho de 1,125%.
Armazenar ouro e prata resulta em custos, sendo que os metais se esforçam para competir com ativos de maior rendimento quando as taxas de juros estão em ascensão.
O dólar norte-americano atingiu o nível mais alto em mais de seis anos em relação ao iene, ao passo que o euro pairou perto de baixas de 14 meses, uma vez que os mercados interpretaram a declaração do Fed como pessimista.
Um dólar norte-americano mais forte geralmente pesa sobre o ouro, porque a moeda diminui o apelo do metal como um ativo alternativo e torna as commodities negociadas em dólar mais caras para os detentores de outras moedas.
Nas negociações de metais, o cobre com vencimento em dezembro perdeu 5,1 centavos, ou 1,66%, e atingiu uma baixa de quatro meses de US$ 3,040 por libra.
Os traders de cobre estão aguardando dados econômicos chineses importantes esta semana para medir a força da segunda maior economia do mundo e segunda maior consumidora mundial do metal industrial.
Os próximo relatório econômico chinês a ser divulgado será o índice preliminar de gerentes de compra (PMI) HSBC de setembro, programado para terça-feira. Espera-se que o relatório mostre que a atividade de produção tenha deteriorado para uma baixa de 4 meses de 50,0 este mês em relação à leitura de 50,2 feita em agosto.
O Ministro das Finanças da China, Lou Jiwei, reiterou que os legisladores em Pequim não farão grandes ajustes na política em resposta aos indicadores econômicos individuais.
Segundo uma declaração do Banco Popular da China, os comentários foram feitos na reunião dos ministros das finanças e presidentes dos bancos centrais dos países do G20 na Austrália, no fim de semana.
Os comentários de Lou reduziram as especulações de que a China aumentará o estímulo para cumprir a meta de crescimento deste ano de 7,5%.
A nação asiática é a maior consumidora mundial de cobre, representando quase 40% da demanda global.