O ouro fechou em alta nesta sexta-feira, 1º de setembro, embora limitado pela força do dólar no exterior e da ponta longa dos Treasuries. Contudo, o metal precioso conseguiu manter ganhos semanais robustos, em meio ao realinhamento de expectativas para o aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), com o mercado projetando pausa neste ano e antecipando para março de 2024 previsão de cortes nos juros.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em leve alta de 0,06%, a US$ 1.967,10 por onça-troy. Na semana, o metal subiu 1,40%.
O relatório de empregos (payroll) dos Estados Unidos apoiou alta do ouro neste pregão ao sinalizar arrefecimento nas pressões salariais e crescimento na taxa de desemprego americana em agosto.
Os números provocaram uma antecipação nas previsões do mercado de cortes nos juros do Fed para março de 2024 e ampliaram expectativas de pausa no aperto do BC americano até o final deste ano, visão compartilhada também por analistas do ING. Em um primeiro momento, esta perspectiva enfraqueceu o dólar e os juros dos Treasuries, beneficiando atratividade do ouro.
Contudo, os ganhos do metal foram limitados pela recuperação da moeda americana e da ponta longa dos rendimentos.
O movimento ocorreu conforme investidores digeriam também o PMI industrial ainda em território de contração - segundo leituras da S&P Global e ISM - e comentários da dirigente do Fed Loretta Mester (Cleveland) levantando dúvidas sobre o nível de restrição necessário da política monetária para controlar a inflação no país.
Ainda assim, o ouro encerrou a semana com ganhos de mais de 1% e, para o economista-chefe da Spartan Capital, Peter Cardillo, os níveis elevados sugerem que um período bullish poderá se concretizar para o metal precioso no curto prazo.