O ouro fechou o pregão desta terça-feira, 19, em alta, impulsionado pela fraqueza do dólar e com o foco do mercado na audiência no Senado dos Estados Unidos para confirmar Janet Yellen como a próxima secretário do Tesouro do país. A ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) defendeu a expansão fiscal, o que pode gerar mais inflação e aumentar a disposição dos investidores de fazer hedge no metal precioso.
O ouro com entrega prevista em fevereiro avançou 0,56%, a US$ 1.840,2 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
"Os preços do ouro estão subindo diante de uma esperada declaração dovish da indicada para a secretaria do Tesouro, Janet Yellen", afirmou o analista de mercado financeiro Edward Moya, da Oanda, em relatório enviado a clientes na manhã desta terça.
Segundo Moya, a desvalorização do dólar também impulsionou o metal precioso, já que, dessa forma, os contratos das commodities ficam mais baratos e atrativos para detentores de outras divisas, aumentando a demanda.
Na audiência, Yellen disse que "é preciso agir com grandeza" e defendeu o pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão do presidente eleito dos EUA, Joe Biden. "Economistas nem sempre concordam, mas há um consenso agora: sem mais ação fiscal, corremos risco de recessão prolongada", declarou.
De acordo com Moya, a busca pela segurança do ouro também aumenta "conforme as restrições à pandemia se tornam mais rígidas em todo o mundo". Nesta terça, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, fechou um acordo para estender o lockdown no país até 14 de fevereiro.