O contrato mais líquido do ouro fechou em queda nesta quarta-feira, 14, com investidores ajustando posições após os fortes ganhos de terça em reação ao índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos abaixo do esperado. Nesta quarta, o foco está na decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que deve arrefecer o ritmo de aperto monetário, conforme perspectiva majoritária do mercado. Se isso se concretizar, o dólar e os juros dos Treasuries devem se enfraquecer, o que irá apoiar o metal precioso.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para fevereiro fechou em queda de 0,37%, a US$ 1.818,70 por onça-troy.
"O ouro está reduzindo seus ganhos pós-CPI antes da decisão da taxa de juros dos EUA. Um Fed dovish poderia selar o acordo e realizar uma recuperação para o metal amarelo nas últimas semanas do ano", comenta o economista da Oanda, Craig Erlam.
Porém, o Julius Baer explica que o declínio no CPI dos EUA desencadeou um forte movimento de alta nos preços do ouro, como consequência da queda nos rendimentos do dólar e dos títulos dos EUA, que foram os principais impulsionadores dos preços nas últimas semanas. "Dito isto, a recente recuperação careceu do apoio dos investidores, o que a coloca em uma posição bastante branda e sugere que ela deve perder força mais cedo ou mais tarde", argumenta.
O banco suíço ainda comenta que, se aumentarem os riscos de recessão nos Estados Unidos, uma reviravolta na política monetária do Fed atrairia investidores de volta aos mercados de ouro. "Ainda não esperamos que a economia dos EUA entre em recessão, e é por isso que ainda vemos os preços do ouro sendo negociados na extremidade superior de uma faixa fundamentalmente justificada", conclui.