O ouro fechou em queda nesta terça-feira, 27, pressionado pelo forte apetite por risco no mercado acionário e a alta nos rendimentos dos Treasuries, diante de sinais de continuidade do aperto monetário global.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para agosto fechou em queda de 0,52%, a US$ 1.923,80 por onça-troy.
Analista da Oanda, Edward Moya aponta que o metal precioso permanece sob pressão à medida em que o consumidor dos Estados Unidos continua resiliente, renovando temores de novas altas nos juros básicos. "Tem sido muito ruim para o ouro desde o início de maio e, se as expectativas crescerem para um maior aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), isso poderá enviar o metal provisoriamente abaixo do nível de US$ 1.900", avalia Moya.
Esta visão teria sido agravada após dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) reforçarem nesta terça que novas altas de juros podem ser necessárias para controlar a inflação no bloco.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, reiterou que o banco central precisa elevar as taxas a níveis "suficientemente restritivos" e mantê-las assim "pelo tempo que for necessário". Em relatório, Moya destaca que as falas impulsionaram rendimentos do mercado de títulos global, o que tende a pesar sobre o ouro, considerado alternativa à renda fixa como ativo de segurança.
O Commerzbank também analisa que as expectativas de aperto monetário global devem pesar sobre o sentimento do mercado de ouro. Segundo o banco, investidores devem se manter atentos às falas do presidente do Fed, Jerome Powell, na quarta e de dirigentes de outros bancos centrais da Europa.