SÃO PAULO (Reuters) - A Tereos Internacional (SA:TERI3) informou nesta sexta-feira que a Petrobras (SA:PETR4) elevou sua participação na empresa do setor de açúcar e etanol Guarani, ao concluir a última etapa de um aporte de capital previsto em acordo assinado em 2010, desembolsando 268,1 milhões de reais.
Dessa forma, a Petrobras Biocombustível passará a deter 45,9 por cento do capital social da Guarani, enquanto a francesa Tereos permanecerá detendo 54,1 por cento da empresa.
O investimento total da Petrobras, com o aporte que deverá ser realizado até 5 de janeiro de 2016, somará 1,611 bilhão de reais, ajustado pela inflação, disse a Tereos.
O acordo de 2010 assinado pela Tereos e pela Petrobras em relação aos ativos da Guarani anteviu um aumento gradual de participação pela petroleira brasileira ao longo do tempo, dependendo da execução de alguns investimentos.
Segundo o acordo, esta sexta-feira era o último dia para a Petrobras confirmar se faria o pagamento final.
O aporte ocorre em um momento em que petroleira estatal lida com o maior endividamento entre as companhias do setor petrolífero e está tentando superar um escândalo de corrupção. Dessa forma, havia dúvidas no setor açucareiro se a empresa concluiria seu investimento na Guarani.
A Petrobras "realizou a subscrição de ações relativa ao último aporte de capital na Guarani conforme previsto no acordo de investimento", disse a Tereos em nota.
A Petrobras não retornou os pedidos de comentários.
A Guarani possui sete usinas em São Paulo, o maior Estado produtor. As instalações têm capacidade de produção combinada de 1,73 milhão de toneladas de açúcar e 903 milhões de litros de etanol por ano.
Em junho, a Petrobras havia dito a representantes da Tereos em reuniões em São Paulo que gostaria de vender suas ações na Guarani como parte de um grande plano de desinvestimentos que está buscando implementar, de acordo com duas fontes com conhecimentos diretos do assunto.
Mas a petroleira queria muito mais pelas ações que os 200 milhões de dólares oferecidos pela Tereos, disseram as fontes à Reuters.
(Por Roberto Samora e Marcelo Teixeira)