SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) não tem previsão de elevar os preços da gasolina e do diesel, uma vez que considera que as cotações internas estão equilibradas com o cenário externo, disse nesta quinta-feira o presidente-executivo da petroleira, Aldemir Bendine, em entrevista a jornalistas.
"Não tem previsão de alta... estamos sendo recompensados devidamente pela venda de derivados, não tem perspectiva hoje. Se mudarem as variáveis, podemos adotar a política", disse ele, em um posicionamento que tem sido semelhante em suas últimas falas públicas.
No início da semana, reportagem da Reuters apontou que o Conselho de Administração da Petrobras está pressionando a diretoria a apresentar os critérios da metodologia utilizada pela companhia para definir os preços dos combustíveis no mercado interno, uma questão fundamental para a garantia da prometida paridade com as cotações internacionais.
RODADA DE PETRÓLEO
A Petrobras ainda não adquiriu acesso às informações da 13ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios de petróleo, prevista para outubro, mas vai avaliar sua participação considerando o volume de reservas já contabilizadas em seu portfólio e sua atual situação financeira, que demanda cuidados, afirmou a diretora de Exploração & Produção, Solange Guedes, aos jornalistas.
A rodada será realizada pela Agência Nacional do petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 7 de outubro e as empresas têm até 11 de agosto para se inscrever.
"Iremos olhar, com muita atenção, cada um dos blocos, cada uma das oportunidades, mas com uma extrema seletividade", afirmou Solange, que também afirmou que parcerias para a licitação serão avaliadas.
Segundo a diretora, a empresa precisa levar em consideração "de uma forma bastante séria" o momento financeiro da empresa "que indica atenção".
O endividamento total da companhia em 30 de junho chegava a 415,5 bilhões de reais, crescimento de 18 por cento ante o registrado no final do ano passado, enquanto o indicador dívida líquida/Ebitda ajustado recuou ligeiramente para 4,64 vezes, ante 4,77 vezes ao fim de 2014, segundo balanço do segundo trimestre publicado nesta quinta-feira.
(Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier)