SÃO PAULO (Reuters) - O preço médio da gasolina praticado pela Petrobras (SA:PETR4) será elevado ao maior patamar da era de reajustes diários na quinta-feira, a 2,1079 reais por litro, alta de 1,20 por cento ante o registrado atualmente, informou a petroleira em seu site.
Com isso, a valorização do produto em agosto chegará a 7,10 por cento. Desde o início da sistemática de oscilações diárias, há pouco mais de um ano, o ganho é superior a 50 por cento, de acordo com cálculos da Reuters com base em números da Petrobras.
A disparada no valor da gasolina ocorre em meio à firmeza das referências internacionais do petróleo e à apreciação do dólar ante o real, fatores estes utilizados pela petroleira em sua política de formação de preços de combustíveis.
A alta também se dá diante da parada de produção na Replan, principal refinaria da Petrobras, em Paulínia (SP), que sofreu uma explosão em 20 de agosto e ainda não retomou as atividades.
Procurada para comentar o assunto, a estatal não respondeu de imediato.
Em campanhas recentes, a companhia vinha destacando que o preço do combustível fóssil por ela praticado representava cerca de um terço do valor final nas bombas dos postos, sobre o qual incidem tributos e é formado conforme estratégia de distribuidores e revendedores.
A política de reajustes da Petrobras esteve no cerne dos protestos de caminhoneiros, uma vez que o diesel, combustível mais consumido do país, atingiu patamares recordes pouco antes das manifestações.
Desde junho, o diesel está com seu valor congelado nas refinarias, a 2,0316 reais por litro, uma vez que a Petrobras participa de um programa de subvenção instituído pelo governo como forma de atender as reivindicações dos caminhoneiros.
Os pagamentos dos subsídios ao diesel, contudo, ainda não foram aprovados pela reguladora ANP para a Petrobras.
(Por José Roberto Gomes)