Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) planeja realizar testes neste mês para aumentar a produção da Refinaria do Nordeste (Rnest), em Pernambuco, e permitir que o refino alcance capacidade máxima no curto prazo, afirmou à Reuters o diretor de abastecimento da estatal, Jorge Celestino, nesta quarta-feira.
Atualmente, por limitações ambientais, a primeira unidade de refino opera abaixo da capacidade, com o processamento de 74 mil barris de petróleo por dia, ante capacidade instalada de 115 mil a 120 mil barris/dia.
"O projeto não está hibernado, pelo contrário, está tendo continuidade e, pela conversa que tivemos, estamos bem otimistas no aumento do processamento em breve", afirmou Celestino, que visitou a Rnest nesta semana e teve encontros com autoridades estaduais e da área ambiental.
Para obter a permissão para aumentar a produção na unidade dentro dos limites legais e ambientais, a Petrobras decidiu utilizar na planta pernambucana uma mistura de petróleo do tipo DTE, com baixo teor de enxofre, o que de acordo com o executivo facilita o controle do volume de emissões da refinaria.
"As emissões estão completamente enquadradas na refinaria. A ideia é continuar com o DTE para montar o cronograma de teste com os órgãos ambientais e aí chegar nos 115 mil a 120 mil barris", declarou o executivo, explicando que equipes da Petrobras e do governo local já começaram a montar o cronograma.
Segundo Celestino, o aumento da carga processada no "curto prazo" vai ser positivo para o país, visto que a planta vai aumentar a produção de diesel 10 e, consequentemente, reduzir as importações da companhia.
DEMANDA DE COMBUSTÍVEIS REDUZIDA
No mês passado, diante da baixa demanda do mercado de derivados, a Petrobras realizou a primeira exportação desse ano de gasolina e o destino foi os Estados Unidos. Segundo o diretor, há possibilidade de outras cargas serem exportadas.
"Estamos ajustando a produção à demanda; buscar novos mercados e exportar mais", disse ele à Reuters.
"Se pintar mais oportunidades e se fizer sentido econômico, vamos nessa. Se o álcool continuar competitivo, esse pode ser um caminho e uma tendência", acrescentou Celestino.
Na divulgação do Plano de Negócios e Gestão 2015-2019, no mês passado, a diretoria da Petrobras revelou que a expectativa é que a segunda unidade de refino da Rnest, com capacidade para 115 mil barris de capacidade, entra em operação no fim de 2018.
O plano prevê ainda a conclusão da Unidade de Processamento de Gás Natural do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) em outubro de 2017. Entretanto, a estatal busca ainda um sócio estratégico para avançar no projeto para a construção de uma unidade no Comperj.
"Buscamos alguém com apetite de fazer negócio. Pode ser investidor estrangeiro ou brasileiro mesmo. Teremos solução para o Comperj. É um bom ativo."