RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) prevê que o saldo líquido de importações e exportações de petróleo e combustíveis da companhia deverá ficar relativamente baixo no segundo semestre, perto dos patamares registrados no segundo trimestre, quando os volumes vendidos da companhia para o exterior aumentaram e quase se aproximaram do total comprado no mercado internacional.
No segundo trimestre, o déficit na balança de combustíveis foi de apenas 27 mil barris por dia, ante saldo negativo de 225 mil barris/dia nos primeiros três meses do ano e de déficit de 633 mil barris no mesmo período do ano passado, quando a estatal registrava prejuízo na divisão de Abastecimento, por importações elevadas e caras.
"Essa é a melhor tendência que a gente tem no momento e que a gente está trabalhando para o segundo semestre", afirmou nesta sexta-feira o diretor de Abastecimento da companhia, Jorge Celestino, ao responder pergunta de analista se há expectativa de que o saldo negativo se mantenha nos patamares do segundo trimestre.
Em teleconferência sobre os resultados da companhia no segundo trimestre, Celestino disse que as projeções da empresa apontam que a entrada da Refinaria do Nordeste (Abreu e Lima) em operação e melhorias na produção de outras unidades devem seguir beneficiando a balança de combustíveis da estatal.
As importações de petróleo e derivados caíram para 620 mil barris/dia em média no segundo trimestre, ante 941 mil barris/dia no mesmo período do ano passado.
Para isso, a petroleira estatal está se beneficiando de uma menor demanda interna por combustíveis devido a uma desaceleração da economia doméstica e um crescimento no consumo de etanol, que impacta nas vendas de gasolina.
Considerando todo o primeiro semestre, o saldo líquido negativo da balança de petróleo e combustíveis ficou em 125 mil bpd, ante 526 mil bpd nos primeiros seis meses de 2014.
REDUÇÃO DE CUSTOS EM E&P
Enquanto no abastecimento a empresa foi favorecida pelo atual cenário econômico, na área de Exploração & Produção a administração da companhia está focada na redução de custos, incluindo um compromisso para a renegociação de contratos.
"(A Petrobras) está bastante determinada na renegociação desses contratos para que a gente possa efetivamente executar esse plano de negócios de forma disciplinada", disse a diretora de E&P da empresa, Solange Guedes, também durante a teleconferência.
A executiva destacou que o custo de extração de óleo e gás da empresa no segundo trimestre foi de 7,16 dólares por barril, queda de 20 por cento ante o mesmo período do ano passado.
"Já chegamos a reduzir de 9 para 8 dólares por barril o custo de extração no pré-sal", afirmou Solange, em meio a um aumento da produção nessa região. Ela não entrou em detalhes.
(Por Marta Nogueira)