Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) informou que reduzirá o preço médio da gasolina em suas refinarias em 0,59 por cento, para 2,2381 reais por litro, a partir de terça-feira, após manter o valor do produto estável por dez dias, de acordo com informação do site da estatal.
O valor anterior, de 2,2514 reais por litro, era recorde nominal (sem considerar a inflação) da era de reajustes quase diários da Petrobras, iniciada em meados do ano passado.
A diminuição do valor na refinaria ocorre após pesquisa da reguladora ANP apontar um preço médio recorde nos postos do Brasil na semana passada, de 4,652 reais por litro, o que representou uma alta de 0,52 por cento ante a semana anterior.
A redução da gasolina na refinaria da Petrobras vem em dia de disparada nos preços do petróleo, que subiam mais de 2 por cento nesta segunda-feira, para máximas de quatro anos, após Arábia Saudita e Rússia afirmarem no final de semana que não têm decisão imediata para aumentar a produção, apesar de apelos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Na esteira da alta nos preços do petróleo, os contratos futuros da gasolina nos EUA, o mesmo utilizado para hedge pela Petrobras, subiam quase 2 por cento no meio da tarde no Brasil.
A Petrobras segue fatores como câmbio e mercados de petróleo e derivados no exterior para estabelecer suas cotações da gasolina nas refinarias.
Mas desde o início do mês a estatal ganhou mais estabilidade para reajustar seus preços, ao informar que pode adotar mecanismos de hedge no mercado futuro da gasolina nos EUA para tentar conter a volatilidade das cotações do combustível em suas refinarias.
O mecanismo permite que a empresa reduza a frequência dos reajustes, podendo manter preços congelados nas refinarias por até 15 dias sem incorrer eventualmente em perdas.
Já o diesel da Petrobras segue com o preço congelado nas refinarias em 2,2964 reais por litro, em meio a um programa de subvenção do governo federal ao combustível, anunciado após uma histórica greve de caminhoneiros em maio disparada por protestos contra a alta nos preços.
As ações preferenciais da Petrobras operavam perto da estabilidade por volta das 15h, enquanto as ações ordinárias subiam 0,5 por cento. O índice Ibovespa operava em queda de 1,4 por cento no mesmo horário.
(Por Roberto Samora)