RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras registrou queda no volume de vendas de diesel e de gasolina no primeiro trimestre do ano, com um menor consumo devido à fraqueza da economia e pelo aumento da participação de biocombustíveis no mercado, o que acabou resultando em menores importações de combustíveis no período.
As vendas de diesel caíram 4 por cento de janeiro a março ante o mesmo período do ano passado, para 907 mil barris/dia, enquanto o total vendido de gasolina teve média de 573 mil barris/dia, recuo de 5 por cento.
Segundo a Petrobras, a queda no volume vendido de diesel (o principal combustível comercializado pela empresa) ocorreu "pelo menor consumo em obras de infraestrutura e aumento do percentual de biodiesel na mistura diesel/biodiesel, que suplantaram o crescimento da frota de veículos leves a diesel e maior consumo por parte das termelétricas complementares do Sistema Interligado Nacional".
Já a queda no consumo de gasolina se deu pelo aumento do teor de etanol anidro na gasolina C de 25 para 27 por cento e redução da frota de veículos movidos somente a gasolina, entre outros fatores. O consumo de etanol hidratado (concorrente da gasolina) cresceu fortemente no trimestre.
Com um menor consumo dos seus principais combustíveis, a Petrobras reduziu a produção de derivados no período em 8 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, disse a jornalistas, o gerente-executivo de Desempenho Empresarial, Mário Jorge da Silva, durante a apresentação de resultados. A estatal ainda registrou queda nas suas importações de derivados.
Apesar da queda nas vendas, a divisão de Abastecimento registrou um lucro líquido, decorrente dos preços maiores da gasolina e diesel após reajuste no final do ano passado, entre outros favores.
A Petrobras ainda verificou uma redução de 30 por cento no consumo de nafta no período, com queda da demanda por parte dos clientes, principalmente a petroquímica Braskem, disse no relatório sobre o balanço.
A empresa ainda verificou aumento de 5 por cento no consumo de gás natural, com maior demanda do setor elétrico.
(Por Rodrigo Viga Gaier, Marta Nogueira e Roberto Samora)