Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo avançavam na segunda-feira após um surto de casos de Covid em Pequim despertar temores de novos lockdowns, ao mesmo tempo em que aumentam as preocupações de que mais aumentos de juros nos EUA sejam necessários para controlar a disparada da inflação, possivelmente acarretando uma recessão.
Por volta das 13h38, contratos futuros do petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preço nos EUA, eram negociados com alta 1,13%, a US$ 122,03 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência undial de preço, apresentavam avanço de 1,21% a US$ 123,49.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam recuo de 1,22%, a US$ 4,1211 por galão.
No fim de semana, as autoridades de Pequim anunciaram três dias de testes em massa para sufocar um surto "feroz" de Covid-19 que surgiu na semana passada, resultando no adiamento da reabertura da maioria das escolas na capital chinesa.
Isto vem apenas alguns dias depois do fim de dois meses de lockdown em Xangai, o centro econômico do país e sua cidade mais populosa, lançando dúvidas sobre a recuperação imediata da demanda no maior importador de petróleo bruto do mundo.
Somam-se aos suplícios do mercado as preocupações sobre mais aumentos de juros nos EUA após a publicação dos dados da inflação do país na sexta-feira, apontando que o índice de preços ao consumidor registrou aumento anualizado de 8,6% no mês de maio. Este fato despertou temores de o Federal Reserve venha a apertar a política monetária de modo mais agressivo que inicialmente previsto, possivelmente resultando numa desaceleração econômica acentuada.
Dito isto, "a menos que os mercados dos EUA passam a precificar uma recessão total e a China volte a apertar o botão de lockdown, é pouco provável que se veja uma sequência de venda prolongada nos preços do petróleo", afirmou Jeffrey Halley, analista da OANDA.
"Com a conformidade da OPEP+ se aproximando de 200% e a limitação contínua de produtos refinados, como o diesel, em todo o mundo, a dinâmica da oferta e procura continua favorável aos preços".
A demanda por energia permanece extremamente forte nos EUA, o maior consumidor de petróleo do mundo, com a temporada de viagens de verão em pleno curso. Durante o fim de semana, a média dos preços da gasolina nos EUA superou US$ 5 por galão a nível nacional pela primeira vez.
Do lado da oferta, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados concordou em incrementar sua produção em julho e agosto, mas o grupo, conhecido como OPEP+, vem enfrentando dificuldades para implementar até mesmo os aumentos de produção mais modestos já anunciados.
Por exemplo, a guerra civil em curso na Líbia retirou mais de 1 milhão de barris por dia de petróleo dos mercados nas últimas semanas.