Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo recuavam nesta terça-feira, devido a preocupações com a desaceleração da atividade econômica mundial, mesmo com a oferta ainda restrita no mercado.
Às 12h00 de Brasília, o petróleo norte-americano cedia 3,48%, a US$ 81,56 por barril, enquanto o petróleo Brent se desvalorizava 2,85%, a US$ 89,09 por barril, no mercado futuro, nível mais baixo em duas semanas, por conta da incerteza em relação à demanda mundial.
Aumentaram as dúvidas quanto à perspectiva de demanda na China na semana passada, após o maior país importador de petróleo atrasar a divulgação de indicadores econômicos, inclusive o tão aguardado Produto Interno Bruto, cuja apresentação estava marcada para terça-feira.
Isso suscitou a especulação de que os números de crescimento poderiam gerar constrangimento às autoridades de Pequim durante o congresso do Partido Comunista, além de levantar questionamentos em relação à previsibilidade e à transparência das informações na segunda maior economia do planeta.
Na Europa, o sentimento dos investidores alemães mostrou um pessimismo menor do que o esperado em outubro, com o índice de sentimento econômico do instituto de pesquisa ZEW registrando uma leve alta no mês.
No entanto, o que acabou prejudicando o tom das negociações foi o índice de condições atuais, que despencou até seu patamar mais baixo desde o início da pandemia.
Pelo lado da oferta, o Instituto Americano do Petróleo divulgará sua estimativa semanal para os estoques nos EUA hoje, e o número será acompanhado de perto, após o grande acúmulo de 7 milhões de barris na semana passada.
Além disso, o governo Biden pretende vender petróleo da Reserva Estratégia dos EUA antes das eleições parlamentares do mês que vem, de acordo com uma reportagem da Reuters.
O anúncio, que tem por objetivo reduzir os preços do petróleo, deve ser feito ainda nesta semana, com a comercialização dos 14 milhões de barris restantes do programa, a maior quantidade desde que a liberação da reserva de 180 milhões de barris começou em maio.
Essa iniciativa vai de encontro com a decisão recente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e de seus aliados, grupo conhecido como Opep+, no sentido de cortar a oferta em mais de 2 milhões de barris por dia.
Além disso, a Comissão Europeia propôs outro conjunto de medidas emergenciais para enfrentar a alta dos preços de energia, mas um teto imediato aos preços do gás parece ser pouco provável, diante da divisão do bloco em torno da ideia.
O chanceler alemão Olaf Scholz disse que permitiria que os três reatores nucleares com previsão de desativação em dezembro continuariam operando até abril.