3 ações brasileiras com maior potencial de alta
- O tom cauteloso do Fed e o atraso na divulgação de dados mantêm o dólar sustentado, mesmo com a mudança no perfil de riscos.
- A fraqueza do iene e do euro reforça o movimento de valorização global do dólar.
- Acima de 99,7, o DXY mantém viés de alta, com 101,6 atuando como resistência crucial.
A recente valorização do dólar pode parecer associada apenas à política de juros do Fed, mas também reflete uma mudança mais ampla nas condições financeiras globais. O corte de 25 pontos-base realizado na última reunião, seguido pela sinalização de que esse pode ser o último do ano, reduziu as expectativas de novos e rápidos afrouxamentos monetários.
As declarações cautelosas do presidente Jerome Powell e de outros dirigentes do Fed, que destacaram os riscos persistentes de inflação, indicam que eventuais reduções adicionais ocorrerão mais tarde e em ritmo menor do que o mercado previa. Essa mudança de tom ajudou o índice do dólar a recuperar força nas últimas semanas.
Ao mesmo tempo, o atraso na divulgação de dados econômicos, provocado pela paralisação do governo americano, dificultou a avaliação da real saúde da economia. Com acesso limitado às estatísticas de emprego e crescimento, as mais relevantes para o Fed, o mercado voltou-se para indicadores privados, como os PMIs, os relatórios da ADP e pesquisas de confiança. Em períodos de incerteza como este, investidores tendem a buscar ativos de refúgio, e o dólar mantém esse papel de proteção global.
Divergência de políticas monetárias e o novo equilíbrio do dólar
Observar o índice do dólar apenas sob a ótica dos EUA oferece uma visão incompleta. O comportamento das demais moedas relevantes também influencia fortemente esse equilíbrio. O Banco do Japão mantém uma postura extremamente cautelosa no aperto monetário, chegando ocasionalmente a sinalizar novas medidas de estímulo, o que continua pressionando o USD/JPY.
Na zona do euro, a recuperação econômica fraca, as disputas em torno da disciplina fiscal e a incerteza política prolongada mantêm o euro sob pressão. Assim, a força recente do dólar reflete uma dinâmica de dois lados: ele se valoriza não apenas por seus próprios fundamentos, mas também pela fragilidade de seus principais pares.
A melhora recente nas relações entre Estados Unidos e China teve efeito misto sobre o dólar. Embora a redução das tensões comerciais tenha elevado a confiança dos mercados, o recuo chinês em setores como terras raras e cadeias de suprimento acabou sustentando o dólar no longo prazo, fortalecendo a posição negociadora dos EUA.
Por isso, o índice do dólar segue em alta mesmo com o alívio geopolítico, o equilíbrio global ainda pende a favor da moeda americana, ainda que a natureza do risco tenha mudado.
Mudança no apetite por risco em commodities e mercados emergentes
Quando o dólar se fortalece, a pressão tende a aumentar sobre os países emergentes. Isso ocorre não apenas pela saída de fluxos de capital, mas também pelo encarecimento do crédito atrelado ao dólar. À medida que a moeda americana ganha valor, o balanço financeiro desses países torna-se mais vulnerável e os fluxos de portfólio podem se inverter rapidamente.
Esse cenário frequentemente leva ao desmonte de posições de carry trade, em que investidores vendem ativos de maior risco para reduzir exposição cambial. Por essa ótica, é natural que a valorização do dólar caminhe junto com a depreciação das moedas emergentes.
Nos mercados de commodities, os metais preciosos, especialmente o ouro, costumam perder tração quando o dólar se fortalece. Nas últimas semanas, o metal tem encontrado dificuldade para definir uma tendência clara, diante da incerteza sobre o rumo da política monetária do Fed.
No mercado de petróleo, as decisões da Opep+ sobre produção continuam a influenciar a inflação global e, indiretamente, a orientação do Fed. Isso mantém o dólar no centro do ciclo que conecta custos de energia, inflação e reação dos bancos centrais, ampliando sua relevância além dos fatores domésticos.
Perspectiva técnica do dólar

A recuperação do índice do dólar, iniciada em torno de 98,5, está agora testando a resistência de 99,7, limite superior da faixa lateral observada desde maio, um ponto técnico crucial. Caso o índice consolide acima desse patamar, pode ganhar novo fôlego e avançar até 101,6, nível que historicamente marcou reversões importantes de tendência no médio prazo.
Um rompimento acima de 101,6 indicaria que o movimento atual é mais do que uma correção pontual, podendo sinalizar o início de uma nova tendência de alta.
Por outro lado, um fechamento abaixo de 99,7 redirecionaria a atenção para o suporte em 98,5. A perda desse nível enfraqueceria o impulso de curto prazo. Nos próximos dias, o comportamento do índice dentro da faixa 99,7–101,6 será determinante para definir o rumo do dólar.
O tom cauteloso, porém restritivo, do Fed; a fragilidade da política monetária no Japão e na Europa; e o recente alívio nas tensões entre EUA e China contribuem para sustentar a posição estruturalmente forte do dólar. Ao mesmo tempo, a escassez de dados econômicos mantém a demanda por segurança elevada, enquanto os preços da energia seguem influenciando as expectativas inflacionárias.
Em conjunto, esses fatores sustentam a tendência de alta de curto prazo do índice do dólar. Enquanto permanecer acima de 99,7, o viés altista segue preservado, e o nível de 101,6 deve servir como referência técnica decisiva para confirmar uma possível tendência ascendente duradoura.
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