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Por Alexandra Alper
(Reuters) - O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que os chips mais avançados da gigante da inteligência artificial Nvidia serão reservados para empresas norte-americanas, sendo mantidos fora da China e de outros países.
Durante uma entrevista gravada que foi ao ar no domingo no programa "60 Minutes", da CBS, e em comentários a repórteres a bordo do Força Aérea Um, Trump disse que apenas os clientes dos EUA deveriam ter acesso aos chips Blackwell de última geração oferecidos pela Nvidia, a empresa mais valiosa do mundo em valor de mercado.
"Os mais avançados, não permitiremos que ninguém além dos Estados Unidos os tenha", disse ele à CBS, repetindo declarações feitas anteriormente a repórteres ao retornar a Washington após um fim de semana na Flórida. "Não damos o chip (Blackwell) a outras pessoas", afirmou durante o voo.
As declarações sugerem que Trump pode impor restrições mais rígidas em torno dos chips de IA norte-americanos de ponta do que as autoridades dos EUA haviam indicado anteriormente. A China e o resto do mundo podem ser proibidos de acessar os semicondutores mais sofisticados.
Em julho, o governo Trump divulgou um novo plano de inteligência artificial buscando flexibilizar as normas ambientais e expandir consideravelmente as exportações de IA para os aliados, numa tentativa de manter a vantagem norte-americana sobre a China nessa tecnologia crucial.
Na última sexta-feira, a Nvidia anunciou que forneceria mais de 260.000 chips de IA Blackwell para a Coreia do Sul e algumas das maiores empresas do país, incluindo a Samsung Electronics.
Trump disse à CBS que não permitirá a venda dos processadores Blackwell mais avançados para empresas chinesas, mas não descartou a possibilidade de elas obterem uma versão menos potente do chip.
"Vamos permitir que negociem com a Nvidia, mas não em termos dos mais avançados", disse ele durante a entrevista ao programa "60 Minutes".
A possibilidade de qualquer versão dos chips da Blackwell ser vendida para empresas chinesas gerou contestações de críticos da China em Washington, que temem que a tecnologia fortaleça as capacidades militares da China e acelere seu desenvolvimento em inteligência artificial.
O congressista republicano John Moolenaar, que preside o Comitê Seleto da Câmara sobre a China, disse que tal medida "seria equivalente a fornecer urânio enriquecido para armas ao Irã".
Trump havia insinuado que poderia discutir os chips com o presidente chinês Xi Jinping antes da cúpula entre os dois países na Coreia do Sul, na semana passada, mas acabou afirmando que o assunto não foi abordado.
A Nvidia não solicitou licenças de exportação dos EUA para o mercado chinês devido à posição de Pequim em relação à empresa, afirmou o presidente-executivo Jensen Huang na semana passada.
"Eles deixaram bem claro que não querem a Nvidia lá agora", disse ele durante um evento para desenvolvedores, acrescentando que a empresa precisa de acesso à China para financiar pesquisa e desenvolvimento nos EUA.
(Reportagem de Alexandra Alper e Jasper Ward)
((Tradução Redação São Paulo))
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