Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo operavam em alta nesta sexta-feira, após a divulgação dos últimos dados sobre o mercado de trabalho dos EUA, mas caminhavam para terminar a semana no vermelho, diante de preocupações com uma recessão global em 2023.
Às 11h50 de Brasília, o petróleo norte-americano avançava 0,90%, a US$ 74,31 por barril, enquanto o Brent se valorizava 0,86%, a US$ 79,43 por barril, no mercado futuro.
O relatório mensal de empregos urbanos nos EUA mostrou que o país criou 223.000 postos de trabalho em dezembro, mais do que os 200.000 esperados, ao mesmo tempo em que a taxa de desemprego recuou para 3,5%, uma queda em relação ao número revisado do mês passado, de 3,6%.
Além disso, os ganhos por hora trabalhada registraram uma queda marginal, refletindo que o crescimento do emprego parece ter sido maior em funções com salários mais baixos no setor de serviços e entretenimento.
Esses dados sugerem que o mercado de trabalho americano continua desafiando a desaceleração mais ampla da economia, alimentando a esperança de que a economia dos EUA possa evitar uma recessão severa neste ano-novo.
Isso ajudou a melhorar ainda mais o sentimento positivo de quinta-feira, diante da queda maior do que o esperado dos estoques de destilados nos EUA, na semana passada, de acordo com dados da Administração de Informações Energéticas, sugerindo que a demanda continua forte no país, que é o maior consumidor de petróleo do mundo.
Apesar disso, ambas as referências do mercado estão prestes a encerrar a semana com uma desvalorização de mais de 7%, pressionadas por preocupações com uma possível recessão global.
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, alertou no início da semana que a economia global enfrentará um ano difícil em 2023, haja vista que os três principais vetores do crescimento econômico – EUA, China e Europa – devem sofrer uma forte desaceleração da atividade.
Grande parte das atenções está sendo direcionada para a economia chinesa, que enfrenta um aumento dos casos de Covid, após uma abrupta reabertura da sua economia no fim do ano passado.
“As infecções por Covid na China são uma preocupação para a demanda no futuro próximo, mas, no médio e longo prazo, a perspectiva é mais positiva, após a mudança na política de tolerância zero com a doença no país”, disseram analistas do ING em nota.
A Arábia Saudita, maior país exportador de petróleo do mundo, cortou os preços do barril de Arab Light para clientes na Ásia até o nível mais baixo desde novembro de 2021, sugerindo que a demanda na China, em particular, ainda não voltou aos níveis com os quais o mercado está acostumado.
“Nosso saldo do petróleo começa a mostrar um aperto no mercado a partir do segundo trimestre até o fim do ano, o que sugere que devemos ver preços mais fortes do 2º tri de 2023 em diante”, acrescentou o ING.