Investing.com – O petróleo operava em queda nesta sexta-feira, 3, caminhando para encerrar a semana com fortes perdas, após os dados fracos do mercado de trabalho nos Estados Unidos aumentarem as preocupações com a desaceleração da maior economia do mundo.
Às 11h45 de Brasília, o barril do West Texas Intermediate (WTI), que serve de referência para os EUA, registrava queda de 1,37%, a US$ 81,33, enquanto o barril de Brent, referência internacional e para a Petrobras (BVMF:PETR4), recuava 1,36%, a US$ 85,67, no mercado futuro.
Números de emprego indicam pausa prolongada para o Fed
O relatório de empregos urbanos nos EUA mostrou que a economia criou 150.000 postos de trabalho em outubro, abaixo dos 297.000 de setembro e dos 180.000 esperados.
A taxa de desemprego subiu para 3,9%, enquanto os ganhos médios por hora trabalhada cresceram 0,2% no mês, abaixo dos 0,3% anteriores.
Esses números indicaram uma economia em desaceleração, que pode afetar a demanda por petróleo.
Petróleo caminha para a segunda semana no vermelho
Os dois referenciais do petróleo devem se desvalorizar entre 4% e 6% na semana, sua segunda semana consecutiva de queda, já que o alívio das tensões entre Israel e Hamas reduziu o risco de interrupções no fornecimento de petróleo nesta região rica em petróleo.
Israel continuava sua ofensiva terrestre em Gaza, enquanto as potências mundiais tentavam negociar um cessar-fogo para levar ajuda humanitária à região devastada pela guerra.
O Irã também pediu um embargo ao fornecimento de petróleo contra Israel, mas outros membros da Opep não aderiram à proposta.
Além disso, dados econômicos fracos da China e da França também pesaram sobre o petróleo, mostrando uma contração na atividade manufatureira chinesa e uma queda na produção industrial francesa em outubro, de 0,5%.
Próxima decisão do Fed em foco
Ainda assim, os dados fracos de emprego nos EUA poderiam aumentar as chances de que o Fed mantenha sua taxa de juros em 5,25% a 5,50% pelo resto do ano, após pausar seu ciclo de alta nesta semana.
O temor é que aumentos adicionais nas taxas, para combater a inflação ainda elevada, prejudiquem a atividade econômica e a demanda por petróleo.
Os mercados já apostam que o Fed não elevará os juros em sua próxima reunião em dezembro, e o debate agora é sobre quanto tempo manterá as taxas nesses níveis.
Os dados fizeram a moeda americana cair, com o Índice Dólar recuando 0,7%, o que, em tese, beneficia o petróleo, que é cotado na divisa e fica mais barato para compradores internacionais.
A semana termina com a divulgação da contagem de sondas de petróleo da Baker Hughes e dados de posicionamento da CFTC, como de costume.
(Com contribuições de Ambar Warrick. Tradução de Julio Alves.)