Investing.com - O petróleo virou para novas perdas durante as primeiras horas de pregão desta quarta-feira com após a publicação de dados de estoques nos EUA acima do projetado pelo mercado, renovando os receios de aumento da sobreoferta.
Os contratos da commodity negociados em NY para entrega em maio recuam 1% às 12h20, para US$ 47,80/barril. Durante a madrugada, os preços tocaram na mínima de US$ 47,08/barril.
Em Londres, o Brent recua 1% e é negociado a US$ 50,45/barril.
A agência de energia (EIA) dos EUA divulgou que os estoques subiram 4,95 milhões de barris na semana encerrada no dia 17 de março.
Os analistas do mercado projetavam um ganho de 2,8 milhões de barris, quase metade do volume real. Ontem, dados do Instituto Norte-americano de Petróleo (API) mostraram alta de 4,5 milhões de barris.
Em Cushing, Oklahoma, hub de distribuição da commodity, o volume de petróleo disponível subiu 1,4 milhões de barris na semana passada.
O total de petróleo estocado nos EUA avançou para 533,1 milhões de barris na semana passada, no limite superior da média histórica para esse período do ano, segundo a agência.
Os estoques de gasolina recuaram 2,8 milhões de barris contra expectativa de queda de 2 milhões de barris.
O petróleo teve queda acentuada este mês em meio a receios de que a crescente recuperação na produção de xisto dos EUA possa afetar os esforços de outros grandes produtores para reequilibrar o movimento de demanda e oferta global.
A Opep realizou um acordo em novembro do ano passado para reduzir a produção em cerca de 1,2 milhão de barris por dia para nos primeiros seis meses de 2017. A Rússia e outros 10 produtores externos à Opep concordaram em se juntar ao acordo com uma redução adicional de 600.000 barris por dia.
No total, eles concordaram em reduzir a produção em 1,8 milhão de barris por dia para 32,5 milhões nos seis primeiros meses do ano, mas o movimento teve pouco impacto nos estoques até o momento.
O relatório mensal mais recente da Opep mostrou que os estoques mundiais de petróleo subiram em janeiro para 278 milhões de barris acima da média de cinco anos.
Membros da Opep estão cada vez mais favoráveis a estender para além de junho o pacto de redução de oferta de petróleo para equilibrar o mercado, informaram fontes do grupo, que acrescentaram que esta ação requereria que países externos à organização, como a Rússia, também envidassem esforços neste sentido.
O Kuwait deve organizar uma reunião ministerial em 26 de março incluindo membros e não-membros da Opep para rever a conformidade com o acordo de produção e discutir se os cortes devem ser estendidos para além de junho.